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A Shein e a Temu vão aumentar o seu investimento em publicidade digital no Reino Unido e em França. A medida surge na sequência de novas tarifas nos Estados Unidos, onde ambas as empresas enfrentam restrições tarifárias e comerciais que ameaçam as suas vendas no país. As plataformas, conhecidas por oferecerem produtos de baixo custo e pela sua cadeia de valor na China, estão agora a mudar o seu foco para os mercados europeus.
Assim, as plataformas online redireccionaram o foco do investimento em marketing para a Europa, especialmente em França e no Reino Unido, com a Shein a aumentar o seu investimento em publicidade em 35% e a Temu até 40%, reporta a Modaes. Este movimento é uma consequência do fim da isenção legal de minimis nos Estados Unidos, que isentava de tarifas os pacotes de menos de 800 dólares, uma medida promovida pelo Presidente Donald Trump e que obrigou ambas as marcas a reduzir a sua atividade no país norte-americano.
Apesar dos seus esforços de investimento, o impacto nos utilizadores activos diários foi subtil: a Shein cresceu 5% no Reino Unido e a Temu 10%. No entanto, os downloads de aplicações da Shein aumentaram 25%, enquanto a Temu duplicou os seus números. Face à guerra tarifária, as marcas procuram consolidar a sua presença na Europa e conquistar novos mercados para competir com gigantes como a Zara, a H&M e a Old Navy.
Investimento no Brasil
Para além da Europa, o Brasil está a posicionar-se como um novo mercado fundamental. A Shein aumentou o seu investimento em publicidade no Brasil em 140% em relação a abril do ano passado, em resposta à entrada da Temu no mercado latino-americano. De acordo com as análises da plataforma Sensor Tower, esta estratégia visa compensar a perda de competitividade no mercado norte-americano, onde os dois gigantes, Shein e Temu, reduziram os seus gastos em redes sociais como o Facebook, TikTok e YouTube em 19% e 31%, respetivamente.
De acordo com declarações publicadas na Reuters, o professor da Pepperdine Graziadio Business School, Kimber Maderazzo, alerta para o facto de as marcas “provavelmente não conseguirem atrair tantos clientes como antigamente nos EUA”. Por isso, o seu objetivo agora é manter os utilizadores existentes no mercado americano, ao mesmo tempo que lançam campanhas agressivas na Europa e na América Latina.