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O grupo de retalho dinamarquês Salling Group vai destacar produtos europeus nas suas lojas com um símbolo especial: uma “estrela preta” nos rótulos eletrónicos de preços a partir de março.
A nova etiqueta, a ser lançada nas cadeias Føtex, Netto, Bilka e Tjæpt, visa facilitar aos clientes a identificação de produtos europeus.
Esta iniciativa surge num contexto de crescentes tensões entre os EUA e a UE e de um aumento do interesse dos consumidores em apoiar produtos europeus. Vários retalhistas têm vindo a favorecer bens regionais em detrimento das importações dos EUA.
A empresa sublinhou que esta é uma forma de identificar positivamente os produtos europeus e não um boicote a outros produtos, incluindo os dos EUA.
Para o Salling Group, este símbolo destacará produtos de empresas europeias, tornando mais fácil para os clientes escolhê-los, se assim o desejarem.
O Salling Group opera mais de 1.400 lojas em toda a Dinamarca e em alguns mercados internacionais selecionados. O grupo detém uma quota de mercado estimada de 30% no sector do retalho alimentar.
“Não boicotamos nada”
O CEO Anders Hagh acrescentou que a empresa continuará a vender produtos de todo o mundo, incluindo dos EUA. “Não boicotamos nada. Vendemos muitos bens de todo o mundo, incluindo dos EUA, e isso continua a ser o caso“, acrescentou.
O Salling Group insiste que a nova marcação de produtos é apenas para fins informativos, não políticos, para dar aos compradores uma visão completa das suas opções.
“Tentamos fornecer aos clientes a informação mais abrangente possível quando fazem compras. Espero que os clientes se sintam mais bem informados quando fazem compras. Os clientes que procuram essa informação podem então navegar por ela e fazer compras de acordo“, acrescentou Hagh.
A empresa acrescentou que está a prestar um serviço, não a tomar uma posição política, alinhando-se tanto com os interesses comerciais como com o sentimento dos consumidores.
Embora o preço continue a ser o principal motor para os compradores, a iniciativa do Salling Group sinaliza subtilmente uma mudança para os responsáveis políticos e os intervenientes globais, sugerindo uma resistência europeia às tensões comerciais entre os EUA e a UE.