Shein Temu
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Shein e Temu aumentam preços até 377% nos Estados Unidos

Plataformas chinesas de e-commerce enfrentam tarifas de 145% aplicadas por Donald Trump

As gigantes chinesas do comércio eletrónico Shein e Temu aumentaram os preços dos seus produtos nos Estados Unidos em até 377%, em consequência direta das novas tarifas aduaneiras impostas pela administração de Donald Trump.

A nova tarifa de 145%, aplicada a produtos de origem chinesa, levou as empresas a repercutirem os custos sobre o consumidor final, comprometendo a competitividade dos seus preços ultra baixos.

 

Golpe para a Shein

No caso da Shein, o impacto é particularmente relevante: os Estados Unidos representam cerca de 28% do seu volume de negócios global, avaliado em cerca de 12,5 mil milhões de euros. Este revés ocorre num momento estratégico, já que a marca se prepara para uma eventual entrada em bolsa.

Ambas as empresas anunciaram oficialmente aos seus clientes que os ajustes de preços entraram em vigor a 25 de abril, justificando a decisão com o aumento dos custos operacionais. “Estamos a fazer tudo o que podemos para manter os preços baixos e minimizar o impacto para os clientes”, garantiu uma das plataformas num e-mail enviado ao mercado norte-americano.

 

Aumentos acima dos 50%

Segundo dados da Bloomberg, os 100 produtos mais vendidos na categoria de beleza e saúde da Shein sofreram, em média, um aumento de 51%. Já nas categorias de casa, cozinha e brinquedos, os acréscimos rondaram os 30%.

O caso mais extremo foi registado num conjunto de dez toalhas de cozinha, cujo preço subiu 377%. Na moda feminina, o aumento foi mais contido, fixando-se em 8%.

Estes dados indicam que o novo enquadramento comercial está a afetar especialmente os artigos de menor valor unitário, tradicionalmente isentos de taxas até um limite de 800 dólares por encomenda, um regime que os Estados Unidos reverteram.

 

Guerra comercial ganha novo fôlego

Esta escalada integra uma nova fase do conflito comercial entre os Estados Unidos e a China, iniciada durante o primeiro mandato de Donald Trump. Após o anúncio de tarifas de 145% por Washington, Pequim respondeu com tarifas de 125% sobre produtos norte-americanos. Apesar das tensões, ambas as partes sinalizaram recentemente abertura para negociar.

Entretanto, os consumidores reagem. Antes da entrada em vigor dos novos preços, as vendas da Shein no mercado norte-americano aumentaram 29% em março face ao ano anterior, subindo 38% nos primeiros 11 dias de abril. A Temu também beneficiou de um pico de procura: 46% em março e 60% nos primeiros dias de abril.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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