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Sector do retalho ainda com caminho a percorrer para se afirmar verdadeiramente sustentável

Foto Shutterstock

Um novo inquérito de maturidade do Boston Consulting Group (BCG), desenvolvido em colaboração com o World Retail Congress, conclui que a sustentabilidade é, hoje, uma prioridade estratégica para muitas empresas de retalho.

Mas a constatação mais importante do estudo, que inquiriu os trabalhadores de 37 grandes cadeias de retalho em todo o mundo, é que o sector, no seu conjunto, tem algum caminho a percorrer, antes de poder reivindicar credenciais verdadeiramente sustentáveis.

A verdade é que apenas algumas grandes operações de retalho estão a reduzir significativamente o impacto climático, ao longo das suas cadeias de valor, ou a incorporar comportamentos sustentáveis em todas as suas próprias organizações. A maioria ainda não apresentou agendas abrangentes de sustentabilidade e menos de 20% indica estar no caminho certo para reduzir as suas emissões diretas e indiretas, para cumprir em conformidade com o objetivo estabelecido pelo Acordo de Paris, em 2015, de limitar o aumento da temperatura global a não mais do que 1,5⁰C.

 

Resposta às alterações climáticas

Este relatório sublinha a necessidade premente do sector retalhista aumentar e acelerar as suas respostas às alterações climáticas. Hoje, os retalhistas estão entre os maiores contribuintes das embalagens de plástico, o que representa 40% do uso global de plástico.

Além disso, a cadeia de abastecimento verde ainda não é uma realidade no sector do retalho, já que as cadeias de abastecimento dos retalhistas são responsáveis por mais de 25% das emissões globais.

Traduzido numa curva de maturidade, os resultados do inquérito revelam a disseminação na prática das atividades de sustentabilidade. A maioria dos retalhistas definiu ambições arrojadas, mas ainda não alcançou a plena integração da sustentabilidade na estratégia corporativa ou nas funções empresariais. Alguns consideram a sustentabilidade em toda a organização. Apenas alguns estão a usar a sustentabilidade como uma vantagem competitiva.

Captura de valor

Para ajudar a transformar as ideias em ação, o relatório apresenta princípios para o sucesso da sustentabilidade no retalho, colocando a tónica no progresso e não na perfeição. O princípio mais crítico é colocar a captura de valor no centro.

Em termos de criação de valor, os retalhistas precisam de numa abordagem trifásia: primeiro priorizar a sustentabilidade, em seguida, incorporar e, em seguida, reimaginar.

Para priorizar a sustentabilidade na estratégia corporativa, a liderança não só deve patrocinar a jornada para um retalho verdadeiramente verde, mas também estar envolvida todo o tempo. Além de estabelecer objetivos arrojados e comunicá-los claramente, a priorização deve incluir o estabelecimento de vários programas emblemáticos.

A segunda etapa é a incorporação no negócio e nas operações. A incorporação da sustentabilidade no dia-a-dia requer uma revisão do modelo operacional e uma mudança na prestação de contas. Os retalhistas que têm um bom desempenho ao longo da dimensão de governança fazem duas coisas de forma consistente: publicam, de um modo regular, os KPIs internamente e incorporam métricas de sustentabilidade nas suas análises de negócio. As empresas também devem abraçar plenamente as tecnologias digitais, implantando-as para apoiar a tomada de decisões de um modo mais transparente.

Finalmente, ter-se-á de reimaginar um negócio sustentável. As empresas devem reimaginar as suas cadeias de valor, bem como as suas ofertas, marcas e preços. A colaboração também é essencial: cerca de 90% das equipas de sustentabilidade inquiridas acredita que o envolvimento e colaboração com os pares e outros membros do ecossistema contribuirá para o progresso na sustentabilidade. O financiamento também pode desempenhar um papel, por exemplo, através da captação de novas fontes, como as obrigações verdes.

 

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