Os grandes operadores do retalho europeu exigem que a União Europeia tome medidas para lidar com o bloqueio de mercadorias no Mar Vermelho. O Eurocommerce alerta que, no caso do bloqueio no Canal de Suez ser prolongado, os consumidores começarão a sofrer com o aumento dos custos e a queda da inflação na Europa irá desacelerar.
Numa carta enviada à ministra belga dos Negócios Estrangeiros, Hadja Lahbib, as empresas do sector lamentaram o “impacto maciço” que os ataques dos rebeldes houthis iemenitas tiveram no sector, que foi forçado a reorientar muitas das suas operações, o que aumentou os custos de transporte. Os retalhistas pedem maiores esforços da União Europeia para resolver a situação. “Quanto mais tempo tivermos de redirecionar mercadorias, mais empresas e consumidores sofrerão com o consequente aumento de preços”, pode ler-se.
Custos aumentados em até 300%
O Eurocommerce também expressou seu apoio à missão naval lançada pela União Europeia, com partida esta segunda-feira, 19 de fevereiro, com o objetivo de prevenir ou bloquear ataques dos rebeldes houthis no Mar Vermelho, segundo o representante da diplomacia europeia, Josep Borrell.
Desde o início da guerra em Gaza, têm-se sucedido os ataques a grandes companhias internacionais de navegação por parte dos rebeldes houthis iemenitas, simpatizantes do Hamas, que aumentaram os custos de transporte em até 300%, já que as empresas de navegação têm redirecionado os navios porta-contentores para outras rotas, que demoram mais duas a três semanas a fazer o percurso.
O Eurocommerce, que congrega retalhistas como Ahold-Delhaize, Carrefour, Lidl, Tesco, H&M, Inditex e Primark, teme que, como resultado da interrupção na cadeia de abastecimento, a queda da inflação esperada para o continente europeu nos próximos meses desacelere, o que afetaria os consumidores num momento em que já começam a esperar uma descida nos preços.