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Retalho europeu preocupado com “tsunami normativo”

“Nos últimos anos fomos submersos por um tsunami regulatório”. Assim afirmou o presidente do EuroCommerce, Juan Manuel Morales, durante a Cimeira CEO 24, realizada recentemente em Bruxelas.

Para além das sessões com os CEOs, a cimeira foi palco para Juan Manuel Morales e a CEO do EuroCommerce, Christel Delberghe, conversarem com o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Maroš Šefčovič, a comissária Mairead McGuinness, o membro da comissão executiva do Banco Central Europeu, Piero Cipollone, e o presidente do grupo de reflexão Bruegel, Erkki Liikanen. Durante as reuniões, Juan Manuel Morales focou-se numa das questões mais sensíveis que atualmente afetam o sector do retalho, a regulamentação. “Com a proposta da Comissão de um regulamento relativo aos atrasos de pagamento, enfrentamos agora também a ameaça da nossa liberdade de acordar condições de pagamento flexíveis ser drasticamente reduzida, com consequências potencialmente catastróficas. O que é claro para nós é que trabalhamos melhor em conjunto e, durante a nossa cimeira, reunimo-nos para confirmar mais uma vez o nosso compromisso com a agenda crucial da União Europeia em matéria de competitividade”, declarou.

 

Potencial do sector do retalho

No entender de Juan Manuel Morales, o sector do retalho tem um “enorme potencial” para fornecer soluções para objetivos-chave da União Europeia, como o Green Deal e “a adoção bem-sucedida de um euro digital”. No entanto, sublinhou, para se avançar neste propósito, “é necessária uma abordagem mais integradora e associativa, que contribua para o desenvolvimento de políticas em que todos os intervenientes participem”.

O sector retalhista e grossista é um dos maiores criadores de emprego na Europa. Especificamente, contribui com 10% do PIB e está presente em todas as cidades e regiões. Assim, a partir do papel fundamental que desempenha a nível comunitário, esta indústria está a trabalhar para alcançar uma redução de 90% nas suas emissões (âmbitos 1 e 2) até 2030.

Além disso, embora menos de 5% das emissões de gases com efeito de estufa geradas pelo comércio a retalho e grossista seja diretamente controlado pelo sector, este também continua comprometido em reduzir as emissões do escopo 3, colaborando com parceiros em toda a cadeia de valor.

Nesse sentido, o sector está numa “posição única para unir forças com os decisores políticos, para cumprir os seus objetivos e, em última análise, determinar a relevância e liderança da Europa à escala global”, sustenta o EuroCommece.

 

“Quadro político viável e coerente”

Por outro lado, a fim de concretizar o potencial competitivo da União Europeia, o EuroCommerce considera essencial dar prioridade a vários requisitos, como a garantia de um mercado único dinâmico e plenamente operacional, com cadeias de abastecimento mundiais resilientes, que contribuam para o desenvolvimento de um comércio sem fricções.

Além disso, a associação europeia acredita que o ponto de partida para qualquer nova iniciativa política deve sempre assegurar uma sólida compreensão do sector regulado, bem como do papel que desempenha na cadeia de valor. Por último, é essencial uma elaboração de políticas coerente, inclusiva, proporcionada e consistente, que inclua períodos de transição adequados, evite custos excessivos e se alinhe pelas práticas e normas existentes.

“Somos um sector que tem muito a contribuir para a tripla transformação, centrada no digital, no talento e na sustentabilidade, na qual estamos imersos”, assinalou Christel Delberghe. “Apoiamos os objetivos da União Europeia, mas também precisamos de um mercado único plenamente funcional e de um quadro político viável e coerente”.

 

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