A Fitch Ratings espera alguma normalização no sector do retalho não alimentar europeu, em 2022, que deverá beneficiar do aumento da procura, assumindo que não haverá novos bloqueios em toda a Europa.
Os subsectores mais afetados por medidas relacionadas com a pandemia, como as lojas de moda e departamento stores, assistirão a uma recuperação das vendas, embora tal possa ser limitado pela natureza discricionária da procura e pelo aumento da concorrência dos retalhistas online.
Do mesmo modo, uma maior proporção das despesas dos consumidores que regressam aos restaurantes e ao lazer poderá prejudicar a procura de bens físicos.
Declínios e subidas
As vendas em alguns subsegmentos que registaram um aumento da procura durante a pandemia, como a bricolage e o equipamento para a casa, podem mesmo diminuir em 2022.
A recuperação do subsegmento de vestuário formal será afetada pelas alterações nos padrões de trabalho e poderá nunca atingir o nível pré-pandemia.
Em contrapartida, o crescimento continuará a acelerar para os retalhistas de produtos de saúde e bem-estar, especialmente para aqueles que vendem puramente online.
A pandemia eliminou alguns retalhistas físicos de base não alimentar, ao mesmo tempo que a concorrência online se tornou mais significativa. A Fitch Ratings espera que a concorrência entre um número crescente de marketplaces se intensifique.
Retalho alimentar
Quanto ao retalho alimentar, é expectável que o desempenho dos retalhistas europeus seja estável, em 2022, com os volumes de vendas a normalizarem em comparação com o período de elevada procura durante os confinamentos e restrições ao consumo fora de casa.
A capacidade das empresas para fazerem face à inflação galopante, incluindo a poupança de custos e a transmissão de parte destes para os clientes, tornar-se-á num elemento diferenciador, dadas as margens baixas do sector, defende a Fitch.
A agência de notação financeira espera que as vendas online no comércio a retalho alimentar reduzam ligeiramente, à medida que os consumidores regressam às lojas, mas que se mantenham acima dos níveis pré-pandemia. Os canais de alimentação online com entrega ao domicílio são menos rentáveis do que as lojas e a forma como os retalhistas adaptam estes canais à mudança de volumes e aumentam as suas eficiências será importante para manter a sua rentabilidade global.