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Qual vai ser o futuro da marca própria?

No seu último relatório, “Growing with Private Label in a New Retail Era”, o Planet Retail examina como a perturbação no sector de retalho afetará as estratégias de marca própria dos retalhistas.

A perspetiva de um aumento mesmo marginal dos preços dos alimentos vai diminuir a confiança dos consumidores, enquanto um aumento real terá um impacto direto sobre o poder de compra. Como observado nos períodos anteriores de austeridade, a marca própria está bem posicionada para o crescimento, pois oferece preços mais baixos para os consumidores e maiores margens para os retalhistas. Também se espera ver os retalhistas apostarem na racionalização da gama, quando apropriado, de modo a mitigar o efeito do aumento dos custos de fornecimento.

Dito isto, não se espera ver a reação instintiva usual de reforçar linhas de valor para demonstrar comparabilidade de preços com discounters. Isto é importante porque insígnias como a Aldi e o  Lidl estão a apelar aos clientes num nível além do preço. Em vez disso, existem oportunidades de crescimento por meio de marcas próprias e com maior margem de lucro, além de exportar marcas premium. No relatório, a consultora observa exemplos de melhores práticas da Biedronka, Tesco e El Corte Inglés.

Com base na confiança do consumidor, o Planet Retail vê um maior investimento em marca própria por parte dos retalhistas online, como meio de diferenciação. Dando um passo adiante, começa-se a ver o “pure player” a usar a marca própria como um incentivo adicional para os seus programas de fidelização. A Amazon, que tem feito progressos significativos nos últimos 18 meses, é o exemplo de maior destaque. 

No relatório, a consultora examina como os marketplaces como a Alibaba e a JD.com estão a fornecer uma nova via de baixo custo para as marcas próprias dos retalhistas ocidentais. Também analisa de perto como as novas tecnologias, como reconhecimento de voz e botões de pedidos com um clique, representam oportunidades futuras para as MDD. Por fim, examina como o crescimento na conveniência tradicional e orientada para o desconto está a criar novas oportunidades para o desenvolvimento de marcas próprias, particularmente na categoria saudável.

No entanto, o preço é vital. Enquanto os compradores estão dispostos a pagar um premium pela conveniência, o preço deve ser inferior e deve haver incentivos adicionais, como a ligação a programas de fidelização. Também examina a inovação contínua na categoria, desde o aumento das gamas vegetarianas e vegan na Europa, até ao desenvolvimento de alimentos de nicho, bem como de sabores experimentais.

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