O inquérito de ocupação de imobiliário industrial e logístico da JLL, conduzido em parceria com a CoreNet Global, a principal associação mundial de imobiliário corporativo, confirma que os principais fatores a influenciarem este sector permanecerão inalterados nos próximos cinco anos.
De acordo com este estudo, o comércio eletrónico e multicanal continuará a ser o principal impulsionador do crescimento neste segmento, seguido pelos mercados emergentes e pela implementação de novas tecnologias. E, apesar da melhoria das perspetivas económicas em todo o mundo, os resultados do inquérito evidenciam que a pressão para reduzir custos se mantém. Nos próximos anos, as empresas irão cada vez mais procurar cortar custos de transporte através de estratégias de localização, incluindo, por exemplo, deslocarem-se para mais perto da sua base de clientes.
Procura de espaço
Quase dois terços dos inquiridos esperam expandir o seu espaço logístico nos próximos três anos. Em resultado disso, a JLL perspetiva que a absorção anual deva manter-se em níveis semelhantes aos registados nos últimos anos. “A procura de espaços será principalmente liderada pelo realinhamento das redes para servir os novos padrões de consumo, em particular uma combinação perfeita entre o online e o offline e aumentar a rapidez de entrega. Os ocupantes necessitarão de instalações de maior dimensão, incluindo mega-naves de mais de 100.000 metros quadrados para dar resposta a esta procura”, comenta Alexandra Tornow, Head de Research de Logística & Industrial da JLL na região EMEA.
As empresas atribuirão também grande importância a uma maior integração da redução de energia elétrica e térmica e da geração de energia de carbono renovável na sua agenda de sustentabilidade no imobiliário. Em contraste, as medidas de prevenção de riscos, como a mitigação de sobreaquecimento e o reforço da cobertura para lidar com condições climatéricas extremas, não estão ainda a ser amplamente consideradas.
Oportunidades de crescimento
De acordo com o inquérito – que foi concluído antes dos recentes desenvolvimentos políticos nesta região -, a Rússia e a Turquia serão os mercados emergentes a oferecer as oportunidades de crescimento mais significativas. Alexandra Tornow refere que, “contudo, estes mercados continuam a apresentar às empresas um leque de riscos e desafios imobiliários, tais como os elevados preços dos terrenos e a demora nos processos de licenciamento”. Além disso, os acontecimentos recentes deverão travar a atividade empresarial, pelo menos no curto prazo.
“Um mercado industrial e logístico em rápida mudança por toda a Europa oferecerá a ocupantes, promotores e investidores oportunidades significativas para dar resposta aos mercados locais, impulsionados pelas alterações na procura, por parte dos consumidores, de produtos manufaturados e industrializados. Contudo, permanecem desafios importantes nessas localizações, Para estar na linha da frente, os mercados imobiliários terão de ser ousados e dar resposta às oportunidades criadas pelas alterações nas infraestruturas dos corredores de transportes, dinâmicas de localização e dos consumidores. Os desafios chave para os promotores, investidores e, principalmente, para os ocupantes passarão por perceber como melhor disponibilizar o tipo certo de produto imobiliário e contrato de arrendamento, permitindo-lhes tirar partido da procura nestes mercados em rápida mutação”, conclui Matt Bigam, da CoreNet Global.