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Preço da pescada e do arroz carolino quase duplicou desde que a guerra começou

Foto Shutterstock

O arroz carolino e a pescada custavam, a 18 de janeiro, praticamente o dobro do que a 23 de fevereiro de 2022, véspera do início da guerra na Ucrânia. Desde então, o preço total do cabaz de bens alimentares essenciais aumentou 41,04 euros, mais 22,35%, para 224,67 euros.

Desde que o início do ano, o cabaz de alimentos essenciais monitorizado pela DECO PROTESTE já registou uma subida de 5,27 euros (2,40%). A contribuir para este aumento está, por exemplo, a pescada, que, entre 4 e 18 de janeiro deste ano, já aumentou 3,39 euros (41%) e, entre 23 de fevereiro de 2022 e 18 de janeiro de 2023, foi um dos produtos que mais viram o seu preço subir, com um aumento de 92%, ou seja, de 5,56 euros por quilo.

Em rota ascendente destaca-se também o arroz carolino, que desde essa data já aumentou 94%, de 1,14 euros para 2,21 euros.

 

Maiores aumentos

Desde 5 de janeiro de 2022, a DECO PROTESTE tem monitorizado todas as quartas-feiras, com base nos preços recolhidos no dia anterior, os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais. Esta análise tem revelado aumentos quase todas as semanas, com alguns produtos a registarem subidas de dois dígitos de uma semana para a outra.

Entre 11 e 18 de janeiro, os produtos com maiores aumentos foram os cereais integrais (mais 14%, ou seja, mais 42 cêntimos), o atum posta em azeite (mais 7%, ou seja, mais 12 cêntimos), o arroz carolino (mais 7%, ou seja, mais 15 cêntimos por quilo), o esparguete (mais 7%, ou seja, mais oito cêntimos), o pão de forma sem côdea (mais 7%, ou seja, mais 14 cêntimos), o fiambre da perna extra (mais 7%, ou seja, mais 16 cêntimos), o sal grosso (mais 6%, ou seja, mais três cêntimos), a dourada (mais 5%, ou seja, mais 33 cêntimos por quilo), a massa espirais (mais 5%, ou seja, mais sete cêntimos) e a batata vermelha (mais 5%, ou seja, mais seis  cêntimos por quilo).

Já comparando com o preço dos produtos a 23 de fevereiro de 2022, os maiores aumentos registaram-se no arroz carolino (mais 94%, ou seja, mais 1,07 euros), na pescada fresca (mais 92%, ou seja, mais 5,56 euros por quilo), na alface frisada (mais 61%, ou seja, mais 1,25 euros por quilo), no açúcar branco (mais 49%, ou seja, mais 55 cêntimos), na cenoura (mais 49%, ou seja, mais 38 cêntimos por quilo), na polpa de tomate (mais 41%, ou seja, 37 cêntimos), no leite meio-gordo (mais 41%, ou seja, mais 28 cêntimos), na couve-coração (mais 41%, ou seja, mais 42 cêntimos), na bolacha Maria (mais 38%, ou seja, mais 80 cêntimos) e no salmão (mais 38%, ou seja, mais 3,98 euros).

Por sua vez, os 10 produtos com os maiores aumentos de preço entre 19 de janeiro de 2022 e 18 de janeiro de 2023, foram o arroz carolino (mais 83%, ou seja, mais um euro), a alface frisada (mais 52%, ou seja, mais 1,14 euros por quilo), a farinha para bolos (mais 47%, ou seja, mais 59 cêntimos), o açúcar branco (mais 47%, ou seja, mais 53 cêntimos), a polpa de tomate (mais 46%, ou seja, mais 39 cêntimos), a cenoura (mais 45%, ou seja, mais 36 cêntimos por quilo), a batata vermelha (mais 43%, ou seja, mais 38 cêntimos por quilo), os cereais integrais (mais 43%, ou seja, mais 1,02 euros), o leite UHT meio-gordo (mais 43%, ou seja, mais 29 cêntimos) e a couve-coração (mais 41%, ou seja, mais 42 cêntimos).

 

Dependência dos mercados externos

O problema, nota a DECO PROTESTE, é histórico. Portugal muito dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno. Estes representam apenas 3,5% da produção agrícola nacional, sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16%). No início da década de 90, a autossuficiência em cereais rondava os 50%, mas, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o país a importar cerca de 80% dos cereais que consome.

A invasão da Ucrânia, de onde era proveniente grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, veio pressionar ainda mais o sector, que já estava há meses a braços com as consequências da pandemia e da seca, com forte impacto na produção e na criação de stocks. “A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente da energia, necessária à produção agroalimentar, têm-se refletido, por isso, num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor de produtos como a carne, os hortofrutícolas, os cereais de pequeno-almoço ou o óleo vegetal. No peixe, por sua vez, a subida dos preços poderá refletir o aumento dos preços dos combustíveis, que tem um elevado impacto na indústria da pesca”, explica a DECO PROTESTE.

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