Portugal é o terceiro país mais pacífico do mundo

O mundo tornou-se num lugar mais pacífico em 2017, de acordo com dados divulgados no Global Peace Index (GPI). Desde o ano passado, 93 países registaram altos níveis de paz enquanto 68 pioraram, ainda assim resultando numa melhoria da paz mundial. A melhoria foi impulsionada sobretudo por níveis mais baixos de terror patrocinado pelo Estado – execuções extrajudiciais e tortura – e a retirada prévia de forças militares do Afeganistão.

A 11.ª edição do índice publicado pela organização internacional Institute for Economics and Peace (IEP) captura o impacto da polarização política nos Estados Unidos da América proveniente das eleições presidenciais divisoras de 2016. Apesar das melhorias no Canadá, a intensidade de crescimento de conflito interno, o aumento do terrorismo e perceções mais elevadas de criminalidade levou os Estados Unidos a cair 22 lugares para 114.º, o que fez com que a América do Norte registasse a maior queda de qualquer região. “Enquanto a verdadeira extensão da polaridade política nos Estados Unidos demorará anos a ser completamente realizada, a sua influência nociva é já evidente. As condições subjacentes ao aumento da desigualdade, aumentando as perceções de corrupção e a queda da liberdade de imprensa são fatores que contribuíram para este declínio nos Estados Unidos, resultando na diminuição global da paz na região da América do Norte”, comenta Steve Killelea, fundador e presidente executivo da IEP.

O relatório também analisa a subida de populismo através das lentes da paz positiva, uma medida de atitudes, estruturas e instituições que mantém a paz. O rápido aumento de apoio aos partidos populistas na última década aproxima-se mais ou menos com declínio na paz positiva, com alguns dos maiores decréscimos registados em Itália, França e Espanha. “O crescente papel dos partidos populistas em famosos políticos europeus é refletido contra um panorama de paz positiva deteriorada, especificamente em termos de desafios persistentes para a livre circulação de informação, níveis de corrupção e aceitação dos direitos de outros. Sem abordar estas causas subjacentes à paz não será possível construir mais sociedades pacíficas“, acrescenta Steve Killelea.

Apesar do número global de mortes do terrorismo ter decrescido 10%, entre 2014 e 2015, o número de países que testemunham historicamente altos níveis de terrorismo atingem o patamar mais elevado de sempre no relatório deste ano, totalizando 23, incluindo a Dinamarca, Suécia, França e Turquia. A Europa foi severamente atingida, com graves ataques em França, o que levou o país a cair cinco lugares na classificação geral para 51º. O impacto de outros ataques, tais como em Bruxelas e Londres, foram também evidentes, apesar do mais recente ataque em Manchester ainda não estar refletido nos valores. No geral, o aumento mais significativo em mortes de terrorismo verificou-se em países da OCDE, que em conjunto sentiram um aumento de 900% entre 2007 e 2016.

A IEP estima que o impacto global de violência foi de 12,6% do PIB mundial, em 2016, ou seja 14,3 mil milhões de dólares e, embora o valor por pessoa no mundo continue elevado (1,953 dólares), representa uma ligeira diminuição (3%) de 2015 e a primeira redução deste 2011, ano que corresponde ao início da guerra da Síria. Em média, os conflitos violentos contam 37% do PIB nos últimos 10 países pacíficos, comparados com apenas 3% para os 10 países mais pacíficos. A Síria permanece o país menos pacífico pelo quinto ano consecutivo, tendo caído 64 lugares desde que o índice começou, o maior declínio da última década.

A Islândia manteve a sua posição como país mais pacífico do mundo, um título mantido desde 2008, enquanto a Nova Zelândia e Portugal substituíram a Dinamarca e a Áustria, em segundo e terceiro lugar. A subida notável de Portugal para terceiro na classificação geral foi determinada por uma recuperação gradual da sua crise financeira, resultando numa estabilidade interna geral para o país que foi classificado em 16.º há menos de cinco anos.

Steve Killelea conclui que “apesar deste ano estar a ser animador, o mundo ainda se encontra à mercê do conflito no Médio Oriente, da instabilidade política nos Estados Unidos, dos fluxos de refugiados e do terrorismo na Europa. Quando combinados com o aumento do nível de desigualdade de paz, em que os países menos pacíficos estão a afastar-se dos mais pacíficos, o cenário final é aquele em que inúmeras melhorias na paz não são garantidas“.

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