Durante o ano de 2021, nasceram em Portugal 41.656 novas empresas, um número 9,6% superior a 2020, mas ainda 15,9% abaixo de 2019, o último ano antes da pandemia.
Segundo o Barómetro da Informa D&B, o ano terminou com um sinal positivo, com a evolução trimestral da constituição de novas empresas a mostrar uma aproximação aos valores de 2019 a partir do segundo trimestre.
Os sectores das atividades imobiliárias, das tecnologias de informação e comunicação (TIC) e da agricultura e outros recursos naturais são os únicos que, em 2021, ultrapassaram o ano de 2019 na criação de novas empresas.
Grande crescimento do comércio online
As TIC estão a recuperar o ritmo de crescimento de novas empresas registado antes da pandemia, quando eram um dos sectores com maior crescimento neste indicador. Em 2021, nasceram 2.524 novas empresas, o que representa um crescimento de 3,4% face a 2019 e de 20,1% face a 2020.
Os maiores crescimentos, em número absoluto, ocorreram no subsector da informática e nos distritos do Porto, Funchal e Santarém.
Mas a pandemia e as restrições à circulação criaram oportunidades para áreas de atividade específicas, como é o caso do retalho online. A constituição de empresas neste subsector cresceu significativamente nos últimos dois anos, passando das 389 novas empresas, em 2019, para as 570, em 2020, e 615, em 2021.
Três quartos do total são empresas jovens e, em 2020, mais de metade delas viu aumentar o seu volume de negócios, num crescimento agregado de 82%, valor muito superior ao que se passa na generalidade das empresas com a mesma idade.
Associado ao crescimento do empreendedorismo neste subsector, surge também o aumento das novas empresas de distribuição, que, em 2021, cresceram 44%, face a 2020, e 18,5%, face a 2019.
Sectores em queda no empreendedorismo
Os sectores dos transportes, do alojamento e restauração e dos serviços gerais são aqueles em que o empreendedorismo continua afetado pela pandemia, mostrando valores mais distantes de 2019.
Em relação ao último ano antes da pandemia, a criação de novas empresas nos transportes registou um recuo de 55%, enquanto a queda no alojamento e restauração e nos serviços gerais é de -27% e -26%, respetivamente.
Encerramentos e insolvências
Os encerramentos e as insolvências mantêm-se relativamente baixos, registando valores inferiores a 2019, devido, em grande parte, às medidas de apoio que o Estado português colocou à disposição das empresas.
Em 2021, encerraram 12.900 empresas, menos 13,6% que no período homólogo e menos 27,5% do que em 2019. Todos os sectores registaram níveis inferiores a 2019 e apenas o sector da construção tem, em 2021, mais encerramentos do que em 2020.
1.951 empresas iniciaram um processo de insolvência, valor que representa uma descida de 14,1% face a 2020 (menos 321 novos processos) e de -11,3% face a 2019 (menos 248 novos processos).
A esmagadora maioria dos sectores de atividade encontra-se em níveis inferiores a 2019, com a exceção do alojamento e restauração (mais 90 novos processos) e dos serviços (mais 31 novos processos).