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Mastercard e Facebook vão ajudar as pequenas empresas a tornarem-se digitais

A Mastercard anunciou no Mobile World Congress uma parceria com o Facebook, com o objetivo de capacitar as pequenas empresas em África e na Ásia para a aceitação de pagamentos eletrónicos e móveis.

O acesso aos pagamentos digitais permitirá a estas empresas expandirem-se para novos mercados e aceder a serviços financeiros e outros produtos que lhes darão mais oportunidades de fazer crescer os seus negócios.

A Mastercard irá avançar já com um piloto na Nigéria, apoiado pelo Ecobank e Zenith Bank, que consistirá na disponibilização de um bot Masterpass QR no Messenger para ajudar os proprietários de pequenos negócios e pequenas empresas a aceitarem pagamentos QR. Este será o passo inicial de um programa mais vasto entre a Mastercard e o Facebook, com vista à inclusão de pequenas empresas e negócios destas regiões na economia digital.

Os fluxos entre consumidores e negócios ascendem aos 245 milhões de milhões de euros na Nigéria, apesar de 98% serem ainda baseados em dinheiro vivo, de acordo com uma pesquisa realizada pela The Fletcher School e pelo Centro da Mastercard para o Crescimento Inclusivo. “Os proprietários de negócio estão muito abertos a novas formas de aumentarem as suas vendas e atraírem novos clientes para suas lojas. Ao darmos a capacidade aos pequenos comerciantes de oferecerem pagamentos digitais baseados em QR, ajudamo-los a alcançar esses objetivos e a criarem uma maior adesão dos clientes com pouco ou nenhum investimento, além do telemóvel que já possuem“, explica Jorn Lambert, vice-presidente executivo de Regiões e Canais Digitais da Mastercard. “O Masterpass QR vem criar novos canais de comércio para esses comerciantes, possibilitando, além disso, o registo de transações auditáveis, um elemento fundamental para que possam aceder a recursos e produtos financeiros, como empréstimos, que lhes permitirão crescer e impulsionar os seus negócios“.

A aceitação de pagamentos digitais é rápida, simples e segura. Para aderirem, as empresas apenas precisam de enviar um pedido ao bot para permitirem a aceitação de pagamentos QR, receber a aprovação do banco, configurar uma conta e dar início a deste tipo de pagamentos. Uma vez concluído o processo de configuração da conta, os comerciantes e empresários podem imprimir e exibir o código QR nas suas lojas ou guardar o código nos seus telemóveis. O pagamento dos clientes é efetuado a partir de um o scan do código nos seus smartphones ou introduzindo o ID do comerciante associado ao código QR no telefone das suas características. “Milhares de marcas e ‘developers’ em todo o mundo recorrem às mensagens para se ligarem aos mais de 1.300 milhões de pessoas que usam o Messenger todos os meses. Estamos, por isso, muito satisfeitos que a Mastercard esteja a desenvolver um serviço na plataforma Messenger para ajudar os pequenos comerciantes a usarem as mensagens para gerirem os seus negócios e se ligarem aos seus clientes“, acrecenta Kahina Van Dyke, diretora de pagamentos e parcerias de serviços financeiros no Facebook.

O Masterpass QR foi lançado em 2016 e permite que as pessoas possam efetuar pagamentos pessoalmente sem dinheiro vivo ou com cartão em qualquer tipo de telefone telemóvel. A solução vem oferecer maior escolha nos pagamentos e complementar o investimento feito pela Mastercard em pagamentos contactless para oferecer a comerciantes de todos as dimensões uma forma rápida, segura e económica de aceitarem pagamentos.

Também no Mobile World Congress, a Mastercard anunciou outra parceria com a M-KOPA, que irá permitir aos africanos que vivem sem eletricidade iluminarem as suas casas e lojas de uma forma fácil e acessível.

A M-KOPA, que disponibiliza já energia acessível, segura e limpa a três milhões de pessoas em África, vai utilizar a tecnologia de pagamento Quick Response (QR) da Mastercard para levar o seu programa solar pioneiro de pagamento “pay-as-you-go” a toda a África Oriental.

As duas empresas também têm vindo a trabalhar para lançar, no Uganda, um piloto do Masterpass QR. Atualmente, o Masterpass QR está disponível no Gana, Quénia, Nigéria, Ruanda, Tanzânia e Uganda, mas, em breve, será possível à M-KOPA aumentar o seu poder de alcance e escalar a solução a muitos outros locais e regiões em todo o continente africano, através da rede de operadores de redes móveis e bancos que usam o Masterpass QR, sem necessidade de investimentos adicionais em tecnologia.

Apesar da energia solar permitir eletrificar lares e negócios de modo independente, pressupõe, em regra, um investimento inicial avultado. Através de financiamento “pay-as-you-go”, os clientes poderão adquirir um sistema solar a crédito e pagar pequenas quantias diariamente, de forma rápida, através de dinheiro móvel e com um custo muito inferior ao que teriam anteriormente com fontes de luz perigosas como o querosene. As contas solares também podem ser facilmente saldadas através do envio de um código de resposta rápida (QR) a partir dos seus smartphones ou inserindo o ID do comerciante associado ao código QR dos seus telefones. “Nas sociedades mais desenvolvidas, damos por adquirida esta capacidade de gerar luz ao ligarmos o interruptor, mas a verdade é que, para muitas pessoas em todo o mundo, este não é um dado adquirido e algo tão simples como o acesso a eletricidade pode fazer toda a diferença nas suas vidas” salienta Kiki Del Valle, vice-presidente sénior da área de Commerce for Every Device da Mastercard.

Estima-se, aliás, que 16% da população mundial, equivalente a 1,2 milhares de milhões de pessoas, tenha pouco ou nenhum acesso a eletricidade. Só na África subsariana, cerca de 625 milhões de pessoas não têm acesso a eletricidade, dependendo de combustíveis biológicos e fósseis, como a madeira, carvão e substâncias perigosas como o querosene. Kiki Del Valle acrescenta que “através desta solução de pagamento digital estamos a gerar mais oportunidades e a impulsionar o desenvolvimento local destas comunidades, porque estas pessoas vão poder passar a aceder, de forma regular, fácil e confiável, a fontes de energia, que lhes permitirão trabalhar a partir de casa, manter os seus comércios abertos durante mais tempo ou estudar depois de escurecer.”

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