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Marcas russas de vodka enfrentam pressão devido ao conflito na Ucrânia

Foto Shutterstock

Após a invasão russa da Ucrânia, tem havido apelos para boicotar as marcas russas de vodka, diz a GlobalData. Nomeadamente, o governo dos Estados Unidos da América impôs sanções às lojas de bebidas geridas pelo Estado, para que deixem de vender vodka e bebidas espirituosas fabricadas na Rússia, enquanto muitos estabelecimentos privados estão a tomar a mesma iniciativa.

A consultora explica que estas sanções prejudicam o reconhecimento da marca de fornecedores russos, oferecendo um holofote a outros produtores.

 

Mercado global de vodka

O mercado global de vodka situou-se em 75,7 mil milhões de dólares, em 2020, representando uma quota de 11,3% do valor global das bebidas espirituosas e perfilando-se como a terceira maior categoria, a seguir ao rum e ao whisky.

O valor do mercado da vodka deverá continuar a crescer, entre 2020 e 2025, no entanto, será a um ritmo mais lento do que outras categorias de bebidas espirituosas, em grande parte devido à falta de inovação e limitado posicionamento premium, quando comparado com outras categorias.

 

Lealdade às marcas

Carmen Bryan, analista de consumo da GlobalData, comenta que a lealdade a uma marca é fortemente influenciada pelo alinhamento com os valores do consumidor. “Isto coloca as marcas russas de vodka numa posição precária, uma vez que o conflito prolongado não só prejudicará as vendas imediatas, como também poderá causar uma desilusão permanente contra as mercadorias russas, a longo prazo“.

De acordo com o inquérito ao consumidor conduzido pela GlobalData no terceiro trimestre de 2021, duas em cada cinco (41%) pessoas em todo o mundo, concorda total ou parcialmente com o boicote a uma marca que não se alinhe com as suas crenças ou valores pessoais. Da mesma forma, 51% das pessoas é mais fiel a marcas que apoiem causas sociais e direitos humanos.

Boicotar bens essenciais pode ser um passo difícil e drástico. No entanto, isso torna-se muito mais provável num mercado saturado e não essencial, como a vodka, onde há uma variedade de marcas concorrentes à escolha. À medida que a situação na Ucrânia continua, podemos ver pessoas na Europa Ocidental e América do Norte optarem por marcas alternativas, como a sueca Absolut, a francesa Grey Goose ou a norte-americana SKYY“, acrescenta Carmen Bryan.

É difícil saber quais serão as implicações, a longo prazo, deste conflito no mercado da vodka, bem como de outras mercadorias. Se a situação se agravar, poderá conduzir a uma revisão das cadeias de abastecimento europeias, criando uma produção mais localizada, tanto na Rússia como no resto da Europa, à medida que as empresas saem da zona de conflito, bem como o aumento do comércio para países da Ásia.

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