Quase três quartos dos websites europeus violam as regras, com revisões de produtos pouco fiáveis ou questionáveis, conclui a Comissão Europeia.
Juntamente com as autoridades nacionais de defesa do consumidor, Bruxelas analisou 223 sites em 28 países, apurando que cerca de 55% dos sites revistos violou a legislação europeia existente que rege as práticas comerciais desleais.
Falta de transparência
Para a maioria das webshops, marketplaces, sites de reservas e de comparação, não é possível saber se as avaliações são genuínas. Em 144 dos 223 sites estudados, as autoridades não puderam confirmar que os comerciantes estavam a fazer o suficiente para garantir revisões autênticas.
Em teoria, uma revisão é legítima apenas quando os consumidores realmente usaram o produto ou serviço e, em seguida, escreveram uma revisão não remunerada sobre o mesmo. No entanto, mais de metade dos websites não especificam como as avaliações são recolhidas e processadas.
Os sites geralmente também não indicam como tentam impedir críticas falsas ou lidam com comentários pagos.
Regras vão apertar
O comissário europeu para a Justiça, Didier Reynders, reconhece uma clara necessidade de ação. “Os consumidores dependem, muitas vezes, de comentários quando fazem compras ou reservas online. Não queremos que os consumidores sejam enganados. Queremos que possam interagir num ambiente de confiança“, afirma.
Didier Reynders insiste que as empresas de comércio eletrónico forneçam informações simples e visíveis sobre a fiabilidade das revisões. “Vamos garantir que a legislação da União Europeia seja respeitada“, avisa o comissário belga.
A partir de maio, entrará em vigor uma diretiva adicional que declara explicitamente que é proibida a venda, compra e apresentação de falsas críticas aos consumidores para promover os produtos. Além disso, as empresas passam a ser obrigadas a informar os consumidores sobre a forma como lidam com as avaliações.