A Johnson & Johnson anunciou prejuízos de 68 milhões de dólares, o equivalente a 61 milhões de euros, no primeiro trimestre, face aos lucros de 5.149 milhões de dólares alcançados no homólogo de 2022, pressionada por um pagamento de mais de sete mil milhões de dólares em relação aos processos judiciais sobre a alegada natureza cancerígena do seu pó de talco.
No final de 2018, surgiram informações de que a Johnson & Johnson sabia há décadas que o seu pó de talco continha asbesto, um mineral com composição e características semelhantes às do amianto e com efeitos nocivos para a saúde. Principalmente os consumidores americanos culparam o pó de talco da marca por casos de cancro do ovário e mesotelioma, um tipo de cancro que, geralmente, começa nos pulmões e está especificamente ligado à exposição ao amianto.
Vendas em crescimento
Apesar dos prejuízos registados, entre janeiro e março, as vendas da Johnson & Johnson totalizaram 24.746 milhões de dólares totais, mais 5,6% do que no primeiro trimestre de 2022.
As receitas foram especialmente sólidas na divisão farmacêutica, onde cresceram 4,2% em termos homólogos, para os 13.413 milhões de dólares, seguidas das dos serviços de dispositivos médicos, que registaram 7.481 milhões, mais 7,3% do que no mesmo período do ano anterior.
Além disso, as vendas no segmento de produtos de consumo, que inclui marcas como Neutrogena ou Listerine, aumentaram 7,4%, para os 3.852 milhões de dólares.
O diretor executivo da Johnson & Johnson, Joaquín Duato, destaca o “desempenho sólido” das suas três divisões. “Com este impulso, estou ansioso para o resto do ano, um ano cheio de catalisadores empolgantes que criarão valor de curto e longo prazo para os pacientes e todas as partes interessadas”.
Quanto às suas perspetivas de receitas para o ano em curso, a Johnson & Johnson espera que estas aumentem para entre 97.900 e 98.900 milhões de dólares, cerca de mil milhões de dólares mais do que o que tinha avançado anteriormente.
