O mercado imobiliário em Portugal continua a demonstrar uma resiliência significativa, com o volume de investimento a alcançar os 342 milhões de euros no terceiro trimestre de 2024, um crescimento de 39% face ao período homólogo e de 9% em relação ao trimestre anterior, segundo dados da CBRE.
“A resiliência do mercado imobiliário português continua a superar as expectativas, refletindo uma procura robusta em segmentos estratégicos como o retalho e a logística. Observamos uma estabilização nas yields e um pipeline de transações promissor, o que aponta para um crescimento sustentável a curto prazo. Este desempenho destaca a atratividade de Portugal como um destino seguro para investidores, que procuram diversificação e solidez, investindo tanto em sectores tradicionais como em produtos emergentes. Para o futuro, mantemos uma perspetiva otimista, estimulada por novas oportunidades de desenvolvimento e expansão, especialmente nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto“, refere Francisco Horta e Costa, CEO da CBRE.
Retalho
No terceiro trimestre de 2024, o sector do retalho destacou-se por representar mais de 60% do volume total de investimento, superando os 200 milhões de euros (alavancados pela transação de centros comerciais).
Registaram-se também 28 novas aberturas de lojas nos principais eixos de Lisboa e Porto, lideradas pelo segmento de Food & Beverage (F&B).
Este dinamismo no sector de retalho traduz-se também em números positivos nos centros comerciais geridos pela CBRE, com vendas a crescerem 5,4% e o tráfego a aumentar 5% até setembro. Até ao final do ano, espera-se a entrada de 17.550 metros quadrados adicionais no que se refere a retail parks atualmente em fase final de desenvolvimento.
Mercado logístico
Verificou-se um aumento de 51% no investimento acumulado no sector de Industrial & Logística (I&L) em relação ao ano anterior.
Apesar de uma queda de 20% na absorção de espaços logísticos em comparação com o terceiro trimestre de 2023, com uma área ocupada de 234.000 metros quadrados, motivada pela falta de oferta existente, o sector continua a ver uma procura forte, estimulada por novos produtos a entrar no mercado.
Este cenário está a pressionar as rendas prime para níveis mais elevados, agora fixadas em 6,55€/m²/mês. Em termos de yields, Lisboa e Porto mantiveram-se estáveis, a 5,75% e 6%, respetivamente.
Escritórios em Lisboa e Porto
No mercado de escritórios, tanto Lisboa como Porto registaram ocupações acumuladas relevantes. Em Lisboa, foram ocupados 41.000 metros quadrados de espaços de escritórios no terceiro trimestre, totalizando 168.500 metros quadrados desde o início do ano, representando um aumento de 46% face ao total de 2023. A taxa de vacancy em Lisboa diminuiu 23 pontos-base, para 7,45%.
No Porto, a ocupação de escritórios ultrapassou os níveis de 2023, com uma absorção de 58.600 metros quadrados até setembro, representando um aumento de 14%. Este crescimento foi impulsionado, sobretudo, pela relocalização de empresas, que representou cerca de 60% das ocupações no terceiro trimestre. A taxa de vacancy aumentou ligeiramente, mas mantém-se em níveis baixos, fixando-se agora em 5,6%.