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Inteligência artificial acelera maturidade dos recursos humanos, mas maioria das empresas ainda está atrasada na transformação digital

Apenas 14% das empresas atingiu um nível estratégico avançado na gestão de pessoas

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Apesar do crescente investimento na digitalização e no reforço da experiência dos colaboradores, a maioria das organizações ainda se encontra numa fase pouco madura de transformação dos recursos humanos (RH).

Esta é a principal conclusão do relatório “HR Maturity Index 2025”, desenvolvido pela IDC e patrocinado pela Cegid, que analisou o estado da função de RH em 840 empresas de 17 países.

 

IA assume papel estratégico, mas adoção ainda é incipiente

A inteligência artificial (IA) começa a ganhar terreno como um dos principais motores da transformação dos RH. Cerca de 35% dos departamentos de RH já utiliza ferramentas de IA generativa, como o ChatGPT ou o Copilot da Microsoft, sobretudo para tarefas como triagem de currículos, elaboração de descrições de funções e automatização de respostas a pedidos internos.

Contudo, apenas 10% das empresas integra funcionalidades de IA diretamente nas suas soluções de RH. As maiores organizações (mais de 5.000 colaboradores) lideram a adoção, com uso mais avançado de sistemas cloud e ferramentas personalizadas para recrutamento e formação.

 

Prioridades para 2025: experiência do colaborador e formação

A experiência do colaborador (employee experience) surge como a principal prioridade para os líderes de RH em 2025, com 42% das empresas a indicá-la como objetivo prioritário. Seguem-se a formação e desenvolvimento de carreira (40%) e a definição de estratégias de RH (38%).

As principais dificuldades sentidas prendem-se com a incapacidade de personalizar programas de formação, o recrutamento de talento adequado e a falta de dados sobre competências internas, que impedem a construção de planos eficazes de mobilidade e desenvolvimento interno.

 

Maioria dos RH continua presa a processos manuais

O estudo mostra que mais de metade das empresas ainda depende de processos manuais e não tem integração total entre os seus sistemas de RH. A pontuação média de maturidade desceu de 48 em 2024 para 47 em 2025, o que indica estagnação na evolução estrutural dos departamentos de RH.

Segundo a categorização do índice, 11% das empresas está no nível Static (mínima maturidade), 21% em Incremental, 36% em Progressive e 19% em Accelerated. Apenas 14% atingiu o nível Breakthrough, com forte integração tecnológica, colaboração e visão estratégica.

Para Josep Maria Raventós, diretor executivo da Cegid para Portugal e África, “em 2025, a maturidade dos RH marcará um ponto de viragem decisivo. A modernização tecnológica já não é uma opção, mas uma necessidade vital para garantir a competitividade das empresas”.

 

RH do futuro

Os líderes de RH inquiridos identificaram como competência essencial para o futuro o pensamento estratégico e visão de negócio (60%), seguido pela análise de dados e métricas de RH (51%) e estratégias de recrutamento e employer branding (37%).

Além disso, a expectativa para os próximos anos é clara: a função de RH deverá ganhar um lugar permanente nos comités executivos, deixar para trás tarefas operacionais, e tornar-se um verdadeiro motor de crescimento e inovação organizacional.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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