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Guerra na Ucrânia acelera o nearshoring na indústria e no retalho

Foto Shutterstock

De acordo com os dados do relatório “Descobrir o potencial de deslocalização na EMEA” da consultoria imobiliária JLL, as empresas europeias olham para a Roménia, Turquia e Marrocos como mercados alternativos à produção na Ucrânia e na Ásia, após meses de interrupções na cadeia de abastecimento.

A tendência surge depois da pandemia ter levado a uma rutura nas redes logísticas e a graves estrangulamentos nos portos e aeroportos, pelo que as empresas começaram a dar prioridade à produção em locais mais próximos da sua sede, numa tentativa de fazer face às perturbações da cadeia de abastecimento. A JLL espera também que a falta de terrenos e a escassez de mão-de-obra impulsionem a procura na Europa Central, desde os mercados primários até aos mercados secundários e terciários estrategicamente localizados.

O aumento dos salários em instalações de produção de baixo custo e do risco devido às alterações climáticas, greves e acidentes, como o que levou ao bloqueio do Canal do Suez, têm alimentado discussões sobre a aproximação e aumento da diversificação ao longo da última década“, afirma Guy Gueirard, responsável pelos serviços de logística da JLL EMEA.

 

Estratégia de diversificação

Os cenários de risco versus os custos, aliados à consequente perda de infraestruturas fabris na Europa, após grande parte da produção se ter deslocado para a Ásia, fizeram com que os mercados asiáticos continuassem a ser favorecidos.

Os dois anos de pandemia e a guerra russo-ucraniana estão a começar a agitar asas águas, bem como a destacar os riscos e as lacunas de resistência que superam as considerações de custos. “As empresas perceberam que as estratégias de diversificação são essenciais para manter os níveis de stock ideais nos mercados europeus e este estudo mostra que estamos a assistir a uma alteração na cadeia de abastecimento e que continuaremos a ver esta tendência“, indica Lisa Graham, responsável de análise industrial e logística da JLL EMEA.

 

Corredores logísticos

Os dados da Flexport mostram que o tempo médio de viagem dos contentores da Ásia para a Europa quase duplicou, desde 2019, enquanto a análise da Buck Consultants International (BCI) determina que mais de 60% das empresas norte-americanas e europeias planeia transferir parte da sua produção para a sua própria região.

Considerando as redes de transportes estabelecidas e as portas de entrada, os mercados ao longo de dois dos corredores logísticos da Europa – a tradicional “Banana Azul” e o emergente do Mar Negro– são os mais propensos a experimentar uma maior procura de logística de terceiros. Além disso, as graves restrições à oferta nos principais mercados ao longo destes corredores irão empurrar a procura para os mercados secundários e terciários estrategicamente localizados na proximidade.

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