O mais recente relatório da Crédito y Caución adverte que qualquer perturbação grave nos fluxos comerciais mundiais, decorrente da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, afetaria os exportadores chilenos.
Apesar do país ter acordos de livre comércio bilaterais e multilaterais com mais de 60 países para diversificar os destinos das suas exportações, a economia do Chile continua dependente da procura chinesa, especialmente no que se refere às exportações de cobre, que representam mais de 40% das receitas com a exportação e 10% do PIB.
A estabilidade política do Chile mantém-se elevada, apoiando a solvência creditícia do país e o sentimento positivo dos mercados financeiros. O crescimento do PIB recuperou, em 2018, impulsionado pelos preços mais elevados do cobre e pelo aumento das exportações e investimentos. Em 2019 e em 2020, a Crédito y Caución prevê que a expansão económica se mantenha sólida, em torno dos 3% de crescimento do PIB. A seguradora de crédito prevê que a inflação se mantenha dentro das metas do Banco Central, o que reflete a solidez estrutural das políticas macroeconómicas.
O sector bancário está bem regulamentado e suficientemente capitalizado. “O ambiente de negócios chileno permanece um dos melhores da região e o Governo continua a estimular o investimento estrangeiro. O bom acesso ao capital nacional e estrangeiro por parte das empresas locais reduz os riscos de refinanciamento“, refere o relatório.
A resistência aos choques da economia continua forte, dada a prudência das políticas macroeconómicas e financeiras. A flexibilidade da taxa de câmbio mitiga o impacto da flutuação dos preços do cobre e a volatilidade da procura externa. A dívida da Administração Pública permanece baixa, 24% do PIB, embora tenha aumentado quase 20 pontos nos últimos 10 anos; 95% da dívida está denominada em pesos e é propriedade nacional. É previsível que, em 2019 e 2020, o Governo mantenha a trajetória de redução do défice, que no final de 2018 era de 1,7%.