Indonésia
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Forte descida do crescimento na Indonésia

A recessão económica mundial e as medidas de confinamento face à propagação da pandemia de coronavírus na Indonésia estão a afetar gravemente os resultados económicos do país. Prevê-se que o Produto Interno Bruto (PIB) contraia 2,7%, em 2020, após um crescimento de 5% em 2019.

A Indonésia apresenta vulnerabilidades estruturais às turbulências do mercado financeiro mundial, na medida em que os investidores estrangeiros possuem mais de 30% dos títulos do Estado, uma percentagem maior que a dos mercados vizinhos, e cerca de um terço do financiamento da dívida das empresas, pelo que os riscos de deterioração da sua capacidade de pagamento e as suas necessidades de refinanciamento continuam a ser elevadas.

 

Queda no consumo privado

O crescimento anual do consumo privado, um dos principais impulsionadores da expansão económica da Indonésia, nos últimos anos, sofreu uma contração de 2,3%, em 2020, com os gastos das famílias em bens não essenciais a diminuírem substancialmente.

O sector do turismo foi gravemente afetado e prevê-se que os investimentos sofram uma redução decorrente das contínuas interrupções dos principais projetos infraestruturais, como a construção de novas estradas, portos e centrais elétricas.

No sector alimentar, as empresas que dependem das importações de produtos básicos enfrentam uma subida de preços e problemas de fluxos de caixa decorrentes da desvalorização da moeda.

As exportações representam apenas 22% do PIB, o que faz com que a Indonésia esteja menos suscetível que outros países da Ásia-Pacífico às quedas do comércio mundial. É esperado que as exportações indonésias diminuam perto de 5%, em 2020. A menor procura chinesa e a deterioração dos preços vão afetar, principalmente, os produtores e exportadores dos sectores mineiro e energético.

 

Medidas de apoio

A Indonésia aboliu o limite constitucional do défice orçamental para o período de 2020-2022 e estabeleceu medidas de estímulo, num valor equivalente a 4% do PIB. A Crédito y Caución prevê que as contas públicas registem um défice superior a 7% do PIB, em 2020, com um aumento da dívida pública até 43% do PIB.

Entre as principais medidas de apoio à economia figuram o aumento das despesas sanitárias, medidas de proteção social, redução de impostos às empresas, reestruturação de créditos, empréstimos especiais às PME e transferência de rendimentos para as famílias mais desfavorecidas, num país onde 70 dos 270 milhões de habitantes trabalham no sector informal. O Banco Central reduziu as taxas de juro de referência e os níveis de reservas obrigatórias do sector financeiro, de modo a melhorar a sua capacidade de apoio às empresas locais.

 

 

Por Bruno Farias

Diretor na revista Grande Consumo. Um eterno sonhador, um resiliente trabalhador. Pai do Afonso e do José.

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