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FMI descarta aumento abrupto dos preços na recuperação da crise

Inflação manter-se-á em níveis geríveis

Foto Bumble Dee/Shutterstock

O Fundo Monetário Internacional (FMI) crê que não existem grandes motivos para alarme sobre uma potencial espiral inflacionista na recuperação pós-pandemia.

O organismo sediado em Washington, nos Estados Unidos da América, descarta um cenário de aumento desmedido dos preços, que forçasse os bancos centrais a ter de inverter caminho nas suas políticas fiscais e a ter de elevar as taxas de juro.

De acordo com o FMI, os planos de estímulo económico da nova administração norte-americana, liderada por Joe Biden, não acarreta um risco inflacionista. Nos Estados Unidos, o aumento dos preços rondará os 2%, nos próximos cinco anos e o nível máximo será de 2,5%, em 2030, um valor assumido pela Reserva Federal.

 

Situação controlada na Europa

O FMI também considera que a situação esteja mais controlada na Europa. Na Alemanha, o maior aumento dos preços acontecerá este ano e apenas de duas décimas acima do objetivo de 2% do Banco Central Europeu. Em França, em Itália e em Espanha, que completam o quarteto das maiores economias da Zona Euro, o aumento dos preços ficará amplamente abaixo dos 2%, até 2026. “Pelo mesmo motivo que a inflação não caiu em grande medida durante a crise financeira global, agora, é improvável que aumente muito. O preço das matérias-primas, sobretudo o petróleo, irá fortalecer-se nos próximos meses e, dados os níveis mínimos de há um ano, deverá incrementar mecanicamente os índices e tornar a inflação volátil. Mas essa volatilidade deverá ter uma via curta. As projeções base apontam a um regresso da inflação à sua média de longo prazo, à medida que o efeito das matérias-primas se desvanece”, explicam os economistas do FMI.

 

Inflação moderada

A perspetiva de inflação moderada tem que ver, em grande medida, com a dinâmica do mercado laboral, “onde o crescimento salarial comedido e a debilidade do poder de negociação dos trabalhadores agravaram-se recentemente devido à subida do desemprego, ao subemprego e às menores taxas de participação”. O FMI relembra que a curva de Philips, que relaciona os preços e o emprego (mais emprego, maior inflação), aplanou nos últimos anos, “refletindo vários fatores como a globalização, a automatização e o poder das empresas nos mercados de trabalho”. Mesmo que alguns países consigam recuperar rapidamente os níveis plenos de emprego, no entender do FMI, não se traduzirá num aumento desmedido dos preços.

A contenção do risco de uma espiral inflacionista é particularmente positiva para os mercados emergentes. “Assumindo que a inflação não sobe acima dos objetivos dos bancos centrais de maneira sustentada, uma resolução mais rápida da pandemia nas economias avançadas poderá conduzir a importantes entradas de fundos nos mercados emergentes”, dizem os economistas, adiantando que esse cenário poderá levar à implementação de políticas destinadas a travar a acumulação de riscos domésticos.

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