Os fabricantes de bens de consumo estão a usar a analítica para antecipar a procura e otimizar os seus processos. A consultora ABI Research projeta que, no seu global, os investimentos na chamada fábrica digital irão atingir, em 2030, os 23,8 mil milhões de dólares.
“Pouca produção conduz a ruturas de stock e vendas perdidas, produção a mais significa desperdício, no caso dos produtos perecíveis”, explica Michael Larner, Industrial & Manufacturing Principal Analyst na ABI Research. “A digitalização da cadeia de abastecimento é essencial”.
Planear a produção é desafiante se não houver informação dos sistemas de ponto de venda dos retalhistas. A indústria terá de trabalhar com o retalho, distribuição e outros parceiros da cadeia de abastecimento na partilha de informação, ao longo de toda a cadeia, do prado à caixa de checkout. “Porque a criação de elos digitais ao longo da cadeia leva o seu tempo, os fabricantes de bens de consumo necessitam de assegurar que os seus planos de produção são informados pelo maior número possível de dados”, acrescenta Michael Larner.
Investimentos
Os fabricantes estão a investir em sensores de Internet das Coisas e analítica para monitorizar os níveis de temperatura e de humidade nas suas instalações e as condições dos ingredientes, alertando o staff se estas alterarem para lá dos parâmetros aceitáveis. A AB InBev, por exemplo, está a unificar os seus 27 ERPs num único sistema e a Mars a providenciar visibilidades desde o ponto de origem das suas matérias-primas até ao ponto de venda, nota a ABI Research. “Os fabricantes devem colaborar com os retalhistas e operadores da cadeia de abastecimento para, entre outras coisas, antecipar e preparar-se para picos na procura, ter flexibilidade nas suas linhas de produção, de modo a acomodar testes de sabores ou de novas embalagens, assim como ter disponível toda a regulamentação necessária para mostrar aos reguladores de que modo a gestão é feita”, conclui Michael Larner.