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Encarecimento dos combustíveis com impacto nos preços dos bens alimentares

Foto Shutterstock

A subida dos preços dos combustíveis está a refletir-se no encarecimento da eletricidade, gás e bens alimentares em Portugal, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE).

“É evidente o impacto significativo dos combustíveis, em particular desde abril”, refere o INE no destaque relativo ao Índice de Preços no Consumidor (IPC) de novembro.

O gabinete de estatísticas destacas também a evolução recente do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), que inclui a despesa dos turistas, de mais 0,3 pontos percentuais nos restaurantes e hotéis e mais 0,1 pontos percentuais nas viagens aéreas.

O aumento do preço dos combustíveis e da eletricidade tem, por norma, impacto nos preços da generalidade dos restantes bens, refletindo a subida dos custos de produção e de transporte, mas, “em parte, estes efeitos podem ser diluídos numa redução eventualmente temporária da margem de lucro dos retalhistas”, indica o INE. “Porém, em novembro, já se evidenciam aumentos nos preços de um grande conjunto de bens, em particular nos bens alimentares, cujo contributo se situa em 0,3 pontos percentuais (aumento do contributo da classe dos ‘produtos alimentares e bebidas não alcoólicas’ em 0,2 pontos percentuais)”.

 

Impactos diferentes nos países

No destaque do INE refere-se, ainda, que o IHPC português tem subido abaixo da média da zona euro. “Nos últimos meses, o IHPC em Portugal tem registado um comportamento ascendente, mas inferior à média da área do euro. Esta diferença pode ser explicada por um conjunto de fatores que afetaram em diferentes medidas os diversos países da área do euro”, pode ler-se.

Parte das diferenças observadas resulta de efeitos nacionais específicos como, por exemplo, a redução temporária da taxa de IVA na Alemanha, durante o segundo semestre de 2020, originando um aumento homólogo pronunciado em 2021 com impacto significativo no IHPC da área do euro.

No caso de Portugal, são de salientar algumas especificidades relacionadas com os produtos energéticos e o turismo. No caso dos produtos energéticos, o seu contributo para o IHPC de Portugal (1,1 pontos percentuais) é significativamente inferior ao estimado para zona euro (2,6 pontos percentuais), sendo também “evidente um aumento na sua dispersão”, desde o início de 2021.

O INE salienta que os aumentos nos preços dos combustíveis e da eletricidade, verificados nos últimos meses, têm tido impactos muito distintos entre os países da União Europeia. “Em relação aos combustíveis, o impacto dos aumentos do preço antes de impostos é diluído em função do peso dos impostos em cada país. Assim, um mesmo aumento do preço de base terá menor impacto relativo nos países com maior carga fiscal sobre os combustíveis, e vice-versa”.

Em novembro, os combustíveis contribuíram em cerca de 0,9 pontos percentuais para a taxa de variação homóloga total do IHPC em Portugal.

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