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Empresas portuguesas resilientes face à pandemia

Foto Shutterstock

As empresas não financeiras portuguesas relevam uma capacidade de resiliência razoável, face à forte recessão ocorrida em 2020, com os sectores da construção, imobiliário e serviços de utilidade pública a evidenciarem os melhores indicadores, segundo estudo da Iberinform.

Apesar da quebra acentuada de 15,8% no volume de negócios e da taxa de margem de segurança económica das empresas ter baixado, de 6,6% em 2019 para 1,7%, a rendibilidade económica bruta manteve-se elevada (10,6%), com uma ligeira redução (-0,2%), enquanto o risco financeiro diminuiu.

O estudo divulgado pela Iberinform indica que a autonomia financeira das empresas não financeiras nacionais passou de 39,3%, em 2019, para 41,7%, em 2020, aumentando a reserva financeira estratégica, enquanto o peso do capital alheio remunerado baixou de 32,8%, em 2019, para 31,7%, em 2020, com o peso dos juros e outros custos de financiamento a aumentarem, embora para um nível ainda baixo.

A geração de caixa a partir dos negócios também aumentou de 15,9%, em 2019, para 16,4%, em 2020, enquanto a caixa e os seus equivalentes (cash flow) tiveram um incremento de 16%, o que permitiu atenuar a quebra da margem de segurança económica e também financeira. O tempo de paralisação crítico de rutura de tesouraria das empresas passou de 2,14 meses para 2,05 meses (-4%).

 

Risco de tesouraria

Em termos de risco de tesouraria, o Panorama Empresarial 2018-2020 da Iberinform sinaliza o aumento das perdas por imparidade de dívidas de clientes, para 9,3% do total das dívidas brutas, e o forte aumento do crédito de fornecedores, que passou de 49,4%, em 2019, para 61,9%, em 2020. Contudo, o prazo médio de pagamentos a fornecedores manteve-se estável em 69 dias (em 2029, era de 67 dias).

Em 2020, por comparação com 2019, as empresas não financeiras nacionais manifestaram um risco estratégico e um risco económico mais elevados, reduziram o seu risco financeiro e mantiveram o seu nível de risco de tesouraria, com uma resultante menos favorável na relação valor e rendibilidade versus risco, mas com um nível de resiliência razoável, a ser testado em 2021, com sinais favoráveis de superação das fortes condicionantes existentes”, sintetiza António Monteiro, CEO da Iberinform.

 

Os mais resilientes

A desagregação por atividade económica revela que os melhores indicadores de resiliência – variação do volume de negócios, taxa de margem de segurança económica e tempo de paralisação crítico de rutura de tesouraria – encontram-se nos sectores da construção, imobiliário e os serviços de utilidade pública, energia, água e ambiente.

O setor da construção manteve sempre a continuidade da sua atividade, com carteiras de obras nos mercados internos e externos, apesar das limitações de fornecimento de materiais, apresentando boas perspetivas presentes e futuras. A atividade imobiliária, por sua vez, continua o seu processo de valorização, depois de um grande desfasamento em relação a outros países europeus.

Com piores indicadores de resiliência destacam-se as atividades ligadas ao turismo, fortemente afetadas pela pandemia, em especial o alojamento e restauração e transporte aéreo de passageiros. As atividades de alojamento e restauração apresentam uma variação de -40,8% no seu volume de negócios, com uma taxa de margem de segurança económica de -39,3% (este indicador era de 9,6% em 2019). Também as atividades culturais apresentam indicadores de resiliência negativos: variação de -42% no volume de negócios e de -26,5% na taxa de margem de segurança económica.

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