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Empresas do consumo e retalho devem adaptar-se às grandes mudanças no sector ou ficarão para trás

Novos modelos de negócios, menos lojas físicas e aumento das vendas através de canais próprios são algumas das grandes mudanças que enfrenta o sector do retalho e do consumo.

Para os líderes da indústria, ter o cliente no centro do negócio é o principal factor do sucesso, indica um estudo da KPMG que auscultou mais de 500 executivos de empresas do sector do consumo e retalho de todo o mundo.

Mais de 65% dos CEOs do sector do consumo e retalho acreditam que a sua organização promove uma cultura de inovação e disrupção. No entanto, 40% dos inquiridos revelam que não se estão a adaptar com sucesso, de acordo com a edição de 2018 do “Global Consumer Executive Top of Mind Survey” da KPMG. “O sector do consumo e do retalho está em plena disrupção. Por isso, mais do que nunca, os líderes do sector precisam de ouvir o mercado, olhar para fora da sua organização e investir na transformação do negócio“, afirma Rui Machado, partner da KPMG Portugal para Industrial and Consumer Markets. “Movimentamo-nos cada vez mais num equilíbrio delicado, assistindo a mudanças a nível interno e externo, ambas essenciais para a criação de empresas focadas no cliente. As empresas que não conseguirem conectar-se de forma autêntica com os clientes ficarão para trás”, assinala, por seu lado, Willy Kruh, Global Chair da KPMG para Consumer & Retail.

Este trabalho da KPMG foi divulgado no âmbito da edição de 2018 do The Consumer Good Forum Global Summit, que decorreu este mês em Singapura. Os resultados sugerem que, em 2020, o panorama da indústria poderá ser muito diferente. Os CEOs concordam que os modelos de negócios atuais e históricos não sobreviverão a mudanças contínuas e existirão menos lojas físicas, especialmente no mercado norte-americano, onde 37% dos inquiridos revelam a intenção de encerrar lojas nos próximos dois anos.  Em contrapartida, haverá um aumento das vendas por meio de canais próprios. Para aumentar a velocidade e a eficiência, os CEOs convergem quanto à necessidade de vender mais produtos através dos seus próprios canais de distribuição. “Uma das transformações do modelo de negócios a que assistimos consiste no alinhamento da estratégia com o propósito social“, afirma Peter Freedman, Managing Director do The Consumer Goods Forum. “Os consumidores, especialmente os Millennials – que movimentam 2,75 milhões de dólares em consumo – querem saber o que uma empresa representa. Os consumidores preferem agora colocar o seu dinheiro onde existam benefícios ambientais, sociais e comunitários”.

As organizações que lideram o processo de transformação digital apontam alguns caminhos. Em primeiro lugar, a eficiência operacional é prioridade: 76% dos líderes digitais concordam que este deve ser um dos focos nos próximos dois anos, à frente de temas de governance e controlo, pessoas e cultura, do aumento da receita ou da transformação dos negócios.

Além disso, 88% dos líderes digitais pretendem gerir a sua indústria através da disrupção, em vez de ficarem na expectativa de ver o que acontece. 

Paralelamente, apenas 17% dos líderes digitais acreditam que a inovação está a ser travada pela aversão pelo risco.

Finalmente, quase 80% dos líderes digitais darão prioridade ao cliente para aumentar as receitas. “O ‘survey’ sugere que, para ter sucesso num mundo em intensa ruptura, precisamos de novas formas de colaboração, algo ilustrado pelo crescimento das denominadas empresas-plataforma. No entanto, o que costumava ser um campo de batalha competitivo pode abrir espaço para colaboração, com empresas concorrentes a adotarem lógicas colaborativas”, conclui Peter Freedman. 

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