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E-commerce abre mercados emergentes para os bens de consumo embalados

A urbanização e o crescimento do ecossistema digital estão a impulsionar a rápida expansão dos públicos-alvo para as marcas de grande consumo nos mercados emergentes.

Os bens de consumo embalados devem identificar as rotas de acesso a esses novos consumidores, de modo a aproveitarem um dos maiores vetores de crescimento da atualidade. Com isso, podem criar crescimento sustentável e neutralizar a estagnação nos mercados ocidentais.

Os consumidores dos mercados emergentes são valorizados pelas marcas de bens de grande consumo pelos seus rendimentos em crescimento e entusiasmo pelos estilos de vida modernos, diz o Planet Retail. No entanto, entrar nos mercados emergentes para ter acesso a esses consumidores sempre foi intensivo em termos de capital e de risco. Isso levou as empresas a gerir mais cuidadosamente os portfólios, apostando num número menor de mercados estratégicos.

A transformação digital pode agora, potencialmente, reverter essa tendência, abrindo caminhos para marcas de bens de grande consumo em mais mercados e segmentos de consumidores. Isso é possibilitado pela maior penetração dos smartphones, pela urbanização e pelo investimento em infraestruturas, tornando o acesso aos consumidores mais eficiente, e pelo crescimento de plataformas digitais conectando fornecedores e compradores.

À medida que a tecnologia continua a “encolher” o mundo, as populações com presença no digital vão acelerar nos mercados emergentes, aumentando em 270 milhões na Índia, até 2023, e em 175 milhões na China. Outros 48 milhões do Brasil, México e Rússia também se vão juntar a esta realidade.

As marcas devem, assim, identificar novas rotas para esses novos consumidores,ou correr o risco de perder uma janela histórica de oportunidades. Ano após ano, milhões de pessoas vão descobrir marcas internacionais pela primeira vez, começando a valorizá-las como símbolos poderosos de uma vida melhor. As marcas têm agora uma oportunidade para estabelecer bases para uma fidelização vitalícia. 

De acordo com o Planet Retail, na procura de caminhos para esses novos consumidores, os bens de consumo devem reconhecer que uma parcela significativa de novos gastos continuará fora dos canais de retalho modernos. Com os consumidores a permanecerem fiéis às lojas independentes de bairro, estes são o segmento de retalho que mais beneficia  diretamente do crescimento dos rendimentos. 

Não é por isso de estranhar que os grandes “players” do comércio eletrónico estejam a trabalhar para incluir aqueles retalhistas nos seus ecossistemas digitais. Isto está a abrir novos e importantes pontos de contacto para as marcas. Na Ásia, a Alibaba, a JD.com e a Amazon estão agora a integrar as lojas independentes como pontos de descoberta, compra, pagamento e cobrança para os consumidores, sobretudo nas cidades do interior e nas áreas rurais. Têm como alvo consumidores que, de outra forma, teriam pouco ou nenhum acesso a marcas internacionais. Na China, a Alibaba já integrou na sua plataforma Tmall milhares de negócios independentes.

À medida que esses ecossistemas digitais se expandem internacionalmente, as marcas devem garantir a presença não apenas nas plataformas B2C, mas também nos ecossistemas B2B emergentes, indica o Planer Retail. Isso acabará por permitir a disponibilidade online e a presença física em milhões de lojas de bairro. Esses espaços serão, no futuro, um pilar essencial do crescimento dos bens de grande consumo. 

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