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Dinamismo do comércio de rua confirmado pelas 300 novas aberturas no último ano

O sector do retalho em Portugal manteve, em 2017, o forte crescimento que vinha a registar-se desde 2015. De acordo com o último Marketbeat Portugal 2018 pela Cushman & Wakefield, foram registados cerca de 750 novos contratos de retalho no país, localizando-se a grande maioria na Grande Lisboa.

À semelhança dos últimos anos, o sector da restauração foi o mais ativo, tendo representado 36% das novas aberturas, num total de 270 unidades. A moda teve também um crescimento significativo, sendo o segundo sector mais representativo, com 180 novas lojas (24% das aberturas). Os centros comerciais foram responsáveis pelo maior número de aberturas, mas o dinamismo do comércio de rua foi confirmado pelas 300 novas aberturas no último ano.

O mercado do imobiliário industrial em Portugal não tem refletido até à data a forte atividade ao nível empresarial, mas os dados de procura relativos a 2017 apontam para uma possível viragem do ciclo, com um aumento do volume de espaços transacionados. No ano passado, foram identificados, na Grande Lisboa, 28 negócios que envolveram 115.000 metros quadrados de área contratada.

Por seu turno, o mercado de escritórios da Grande Lisboa registou um crescimento de 16% no volume de espaços contratados, com cerca de 167 mil metros quadrados transacionados. A nova oferta manteve um crescimento incipiente, com apenas três edifícios inaugurados ao longo de 2017, que foram ocupados na totalidade em pré-arrendamento. Para os próximos anos, perspetiva-se um novo arranque na atividade de promoção, com os projetos de escritórios previstos, para os próximos três anos, na Grande Lisboa a totalizarem 100 mil metros quadrados. Contabilizando projetos em fases mais prematuras, bem como intenções de remodelações, o valor da nova oferta para os próximos três anos quase que triplica.

2017 foi mais um bom ano para o sector turístico em Portugal, tendo-se mantido a evolução positiva que se regista desde 2014. O número de hóspedes situou-se nos 20,6 milhões (+8,9%) e as dormidas nos 57,5 milhões (+7,3%). Os proveitos de hotelaria cifraram-se nos 3,39 mil milhões de euros, traduzindo um aumento de 16,6%. O bom comportamento do sector turístico resultou numa aposta do sector no alargamento da oferta. Até 2019, perspetiva-se a abertura prevista de cerca de 115 unidades hoteleiras com mais de 9.500 novos quartos. As regiões de Lisboa e do Porto vão continuar a receber a maioria dos novos projetos, com 60 novas unidades e 5.300 quartos. As categorias superiores predominam nas unidades hoteleiras com abertura prevista até 2019, com 71% dos projetos de categoria 4 e 5 estrelas.

O mercado residencial em Portugal continua a demonstrar a forte atividade que se tem vindo a registar desde 2013. O aumento dos volumes transacionados e dos valores praticados manteve-se ao longo de 2017, alimentado em parte por compradores estrangeiros que investem em Portugal as suas poupanças. Ao longo de 2017, começou a ser evidente o interesse de vários promotores no desenvolvimento de projetos residenciais de gama média, direcionado para as famílias portuguesas que hoje não conseguem satisfazer as suas necessidades de habitação na cidade de Lisboa, seja por via da compra ou do arrendamento.

A atividade de investimento manteve-se dinâmica ao longo de 2017, tendo sido atingido um novo recorde em termos de volume, cerca de 2,1 mil milhões de euros de investimento, distribuídos por mais de 60 operações. O capital estrangeiro continuou a ser o principal impulsionador da atividade, tendo representado 67% do total. O sector de escritórios captou a maior parcela de capital e voltou a atingir um novo máximo histórico de investimento, em 2017, recebendo 38% do capital investido, ou seja, 770 milhões de euros. Os ativos de retalho captaram um volume de 740 milhões de euros, 36% do total.

Em 2018, a forte atividade vai continuar a registar-se, estando o volume de investimento nos meses de janeiro e fevereiro já contabilizado em 800 milhões de euros. Este valor corresponde na sua quase totalidade a negócios de retalho, nos quais se incluem a compra por parte da Immochan do portfólio de centros comerciais da Blackstone (Forum Sintra, Sintra Retail Park e Forum Montijo) e a aposta da AXA Real Estate no maior centro comercial do país, o Dolce Vita Tejo. As previsões da Cushman & Wakefield para o fecho de ano em 2018 apontam hoje para um volume de transações que poderá variar entre os três mil milhões de euros e os 3.500 milhões de euros. O sector de retalho captará a maior parcela de investimento, mas os escritórios deverão também atrair um volume muito significativo de capital.

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