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Crise energética sacode o mix energético

Foto Shutterstock

As consequências da invasão russa da Ucrânia desencadearam uma crise que, paradoxalmente, está a acelerar as mudanças no mix energético, no sentido de um fornecimento mais limpo. De acordo com o relatório divulgado pela Crédito y Caución, a curto prazo, produzir-se-á numa maior utilização de combustíveis fósseis, mas o impacto a longo prazo será exatamente o contrário: as necessidades de segurança energética estão a empurrar já muitos países, em especial na Europa, para a adoção de energias renováveis, enquanto se reduzem os combustíveis fósseis, em especial o gás.

O cenário de referência da Crédito y Caución parte do princípio que se produzirá um cumprimento dos diversos compromissos energéticos já anunciados pelos diferentes países e governos. “A urgência da necessidade de uma transição energética provocada pelas visíveis alterações climáticas a que se assiste em todo o mundo obrigará os governos a cumprirem os seus objetivos autoimpostos. Além disso, a necessidade de segurança energética também está a impulsionar a transição energética, em especial na Europa”, explica o relatório.

 

Procura de energia

De acordo com estas previsões, a procura total de energia crescerá marginalmente ao longo desta década (2,7%), mas em 2050, quando os compromissos de emissões “net zero” sejam mais efetivos, o nível será 1,4% inferior ao de 2021. Previsivelmente, a quota dos combustíveis fósseis cairá dos atuais 66% para 36%, em 2050.
O relatório identifica três características chave da transição energética em curso: a eficiência energética para dissociar o crescimento da economia mundial da procura suplementar de energia; a eletrificação que dará protagonismo no mix às energias eólica, solar fotovoltaica ou hidroelétrica; o abandono dos combustíveis fósseis, quando a eletrificação não seja viável, como no transporte marítimo ou na aviação.

O relatório recalca que o cenário de referência, o cumprimento dos compromissos energéticos anunciados, representa um passo importante, mas não suficiente, para alcançar o cenário de zero emissões “net” em 2050. A possível aceleração deste processo sustentar-se-á na planificação dos poderes públicos, nos investimentos públicos e privados e no desenvolvimento de novas tecnologias para a transição a custos comercialmente viáveis.

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