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Crédito y Caución prevê um crescimento global das insolvências

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O mais recente “Economic Outlook” divulgado pela Crédito y Caución prevê que 2019 termine com um aumento global das falências empresariais. “A escalada das incertezas na política comercial põe em dúvida a perspetiva relativamente estável e aponta para uma deterioração das perspetivas de insolvência. Esperamos ver um aumento de 2%, o primeiro incremento anual nas insolvências corporativas desde a crise financeira mundial“, refere o relatório.

As maiores deteriorações registar-se-ão na Turquia (+10%), Reino Unido (+7%) e Itália (6%). O excecional estímulo monetário após a crise ajudou a impulsionar o aumento global da dívida das empresas. Os seus elevados níveis, que continuam a crescer, constituem um risco-chave que poderia amplificar qualquer recessão económica através de um aumento das falências.

O panorama regional mais sombrio regista-se na Europa Ocidental onde, pela primeira vez em seis anos, a Crédito y Caución espera um aumento das insolvências de cerca de 3%. Na Zona Euro, devido ao menor crescimento económico, é provável que haja uma reversão na tendência de diminuição nas insolvências e que se registe um aumento de 2%. Espera-se que as falências aumentem consideravelmente no Reino Unido e na Suíça, enquanto os países nórdicos mostram um aumento relativamente reduzido. “Os possíveis riscos para a estabilidade financeira são a intensificação da guerra comercial, um Brexit difícil e uma política italiana que desafia as regras orçamentais da União Europeia“, salienta o relatório.

No motor europeu, a Alemanha, espera-se que as insolvências aumentem 2%. Esta evolução também afetará o Reino Unido (+7%), a Itália (+6%), França (+3%), Holanda (+3%) e Irlanda (+2%). Em Espanha (-5%) e em Portugal (-4%) espera-se que a solidez do crescimento económico gere leves descidas nos elevados níveis de insolvência.

A Crédito y Caución prevê um crescimento das insolvências nos Estados Unidos (+1%), num contexto de perda de impulso da economia. A região da Ásia-Pacífico registará um incremento similar (+1%). O aumento na potência regional, o Japão (+2%), será ligeiramente compensado por uma melhoria na Austrália e na Nova Zelândia (-1%). Hong Kong (+2%), Singapura (+3%) e Coreia do Sul (0%) dependem das exportações e enfrentam uma redução na procura externa em resultado das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China e do fim de um ciclo global para as TIC.

A maioria dos mercados emergentes também espera ver níveis de insolvências mais elevados. O relatório prevê que as insolvências continuem a aumentar na China, como efeito natural da mudança de modelo económico, que se estenderá a outras economias da região. A Europa emergente (+2%) vive uma forte inflexão na sua tendência de insolvência este ano. Ao impacto da recessão na Turquia (+10%) soma-se o crescimento dos níveis de insolvência na Rússia (+4%), Polónia (+4%) ou Roménia (+3%). As falências também irão aumentar na África do Sul (+4%). A América Latina (-5%) é a única região na qual a Crédito y Caución espera ver uma melhoria nas insolvências em 2019, impulsionada pela lenta recuperação da economia brasileira.

Por Bárbara Sousa

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