in

Covid-19, economia, segurança e inflação são as grandes preocupações no arranque de 2023

Foto Shutterstock

Preocupação com a Covid-19, otimismo moderado nalguns países, pessimismo britânico, pressão económica na Suécia e a inflação, eis cinco tendências destacadas na última edição do estudo da Ipsos, “What Worries the World”.

Este estudo mensal traça um retrato das principais questões sociais e políticas mundiais, contextualizando-as com uma década de investigação da Ipsos. Na última edição, destaca cinco tendências.

 

Preocupação com a Covid-19

Se em 2022 se assistiu a um decréscimo da preocupação com a Covid19, o ano de 2023 marca o regresso dos receios pandémicos. O estudo apurou que 18 dos 29 países analisados mostram-se preocupados com o vírus.

A região da Ásia-Pacífico registou o aumento mais acentuado. Por exemplo, a Malásia e a Índia apresentam aumentos de dois dígitos desde dezembro. De resto, quatro países asiáticos ocupam o topo da classificação: Malásia (37%), Japão (33%), Tailândia (27%) e Índia (26%). “O aumento da preocupação com a Covid deve-se a três fatores: o ressurgimento de casos de coronavírus, o seu impacto nos negócios dedicados ao turismo e o receio do regresso das restrições de viagens domésticas durante o novo ano lunar”, explica Arun Menon, Country Manager da Ipsos Malásia.

Mais otimistas em relação ao seu país

Após um 2022 difícil, muitas pessoas estão otimistas com o rumo do seu país em 2023. Quase dois terços dos 29 países do estudo registou um aumento dos seus índices de otimismo e quatro em cada 10 dizem que o seu país está no caminho certo, contra 38% em dezembro do ano passado.

À exceção dos três meses iniciais da pandemia, houve apenas dois meses em que a pontuação global foi mais alta.

 

Grã-Bretanha está pessimista

A Grã-Bretanha é uma exceção à tendência otimista vivida em vários países e apenas um em cada quatro britânicos (24%) diz que o país está no rumo certo. No entanto, este resultado é melhor do que há dois meses, quando apenas 16% dos britânicos estava satisfeito com a situação no seu país, a pontuação mais baixa na última década.

Essa insatisfação reflete-se na avaliação de sectores-chave. Apenas um em cada cinco britânicos descreve o estado da economia como bom. Esta avaliação é impulsionada pelas pessoas de 55 a 74 anos: apenas 8% considera que a situação económica atual é boa, a pontuação mais baixa para essa faixa etária. Essa pontuação caiu desde a pandemia, quando em março de 2020 60% das pessoas de 55 a 74 anos avaliou favoravelmente a economia.

A economia não é a única preocupação dos britânicos. Em janeiro 23, 45% disse que a saúde é um dos maiores problemas que afetam o país, um aumento de cinco pontos percentuais em relação ao mês anterior. As mulheres manifestaram mais essa preocupação, com mais de uma em cada duas (45%) a mostrar-se apreensiva com os serviços de saúde.

 

Pressões económicas na Suécia

A Grã-Bretanha não é o único país insatisfeito com a economia. A Suécia obteve sua pontuação mais baixa de sempre nesse domínio. Pouco mais de um terço dos suecos descreve a economia do país como boa. A juntar esse pessimismo, há uma maior preocupação com o crime e a violência. A violência tem sido a principal preocupação da Suécia, desde abril de 2015, com um aumento de cinco pontos percentuais em relação a dezembro de 2022.

Fredrik Hallberg, Country Manager da Ipsos Suécia, pensa que preocupação com a economia está mais relacionada com as questões financeiras pessoais do que com o país como um todo. “A situação financeira na Suécia é, de facto, muito forte”, adianta. “No entanto, a situação financeira das famílias está provavelmente a afetar a sua perceção da situação financeira do país. As famílias na Suécia enfrentam enormes aumentos de preços, a inflação está acima de 10% e muitos bancos estimam que as famílias médias podem sofrer com custos extras de mais de nove mil euros por ano”, explica. “Os preços da energia são, por vezes, cinco vezes mais altos em comparação com o período anterior à guerra e as taxas de juros aumentam a cada trimestre. Como as famílias suecas têm um índice de endividamento dos mais altos na Europa, com um elevado número de hipotecas com taxas de juros variáveis, isso cria um enorme desafio para as famílias”, conclui.

Um país onde há um uma elevada satisfação com a economia é a Itália. Em janeiro, 32% dos italianos descreveu a economia como boa, a pontuação mais alta da última década. É preciso recuar a outubro de 2021 para encontrar um nível de satisfação com a economia tão alta.

 

Preocupação com o custo de vida está a aumentar em alguns países

A inflação continua a ser a principal preocupação identificada, com quatro em cada 10 inquiridos a elegê-la como uma das grandes questões que afetam o seu país. Este resultado está um pouco abaixo do pico de 42% de novembro de 2022.

Quatro dos cinco países mais preocupados com o custo de vida tiveram um aumento neste mês: Argentina e Polónia, ambos com mais quatro pontos percentuais, Turquia, oito pontos percentuais, e Canadá, mais três pontos.

Trond Rismo

Trond Rismo nomeado diretor do NSC – Norwegian Seafood Council para Portugal

Dachser

Dachser implementa novo serviço para a indústria cosmética ibérica