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Consumidores mudam prioridades em cenário de sensibilidade ao preço

Foto Shutterstock

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A pressão inflacionista continua a moldar os comportamentos de compra à escala global. De acordo com o estudo “Shopper Study 2025”, da consultora Simon-Kucher, os consumidores estão a redefinir as suas prioridades e a recorrer cada vez mais às marcas próprias.

O estudo, que analisou mais de oito mil consumidores em sete países, mostra que o preço é determinante, mas que a qualidade e a sustentabilidade também estão a ganhar peso nas decisões de compra. “O apelo das marcas próprias deixa de estar apenas associado ao preço. Hoje, representam uma estratégia sofisticada para responder às expectativas do consumidor moderno”, sublinha Martin Crépy, senior partner da Simon-Kucher.

 

Marcas próprias lideram em Espanha, França e Países Baixos

Mais de metade dos consumidores inquiridos (53%) afirma preferir marcas próprias. O fenómeno é especialmente evidente em Espanha (64%), França (60%) e Países Baixos (58%), que lideram a adoção deste tipo de produtos.

Por outro lado, os Estados Unidos (42%) e a Suécia (47%) revelam uma adoção mais baixa, sinalizando uma oportunidade de crescimento nestes mercados.

Entre 55% e 66% dos consumidores considera que o preço se tornou ainda mais importante nas decisões de compra, um indicador especialmente forte em mercados como o Reino Unido, os Estados Unidos e Espanha. Contudo, há sinais de evolução: 34% dos consumidores diz dar agora mais atenção à qualidade dos produtos, especialmente nos Estados Unidos (45%) e na Alemanha (37%).

 

Sustentabilidade: uma prioridade geracional

A preocupação com a sustentabilidade mantém-se relevante: 28% dos consumidores aponta este fator como prioritário, sobretudo entre os mais jovens. Ainda assim, em mercados como França (23%) e Países Baixos (26%), nota-se um recuo na importância atribuída à sustentabilidade face ao início de 2024, um dado que poderá refletir tensões económicas.

O estudo revela ainda que a compra de marcas próprias está a aumentar na maioria das categorias, com destaque para lacticínios, produtos secos, congelados e frescos. Apenas duas categorias registaram uma quebra na quota das marcas próprias: bebidas alcoólicas e produtos para bebé.

 

E se os preços continuarem a subir?

Caso os preços aumentem, mais de 50% dos consumidores indica reforçar a compra de marcas próprias, com destaque para os Países Baixos (58%), Espanha (56%) e o Reino Unido (55%). Mesmo que os preços se mantenham estáveis, cerca de 15% dos consumidores afirma que irá continuar a aumentar a sua aposta nas marcas próprias. Já se os preços baixarem, a maioria (54%) manterá os hábitos atuais, mas 17% dos consumidores entre os 18 e os 24 anos revela intenção de comprar ainda mais marcas próprias, valorizando a combinação de qualidade e sustentabilidade.

“A sensibilidade ao preço é o fator central, mas a mudança está em curso: qualidade e responsabilidade ambiental estão cada vez mais presentes nas decisões dos consumidores”, afirma Alexander Bilsing, partner da Simon-Kucher.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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