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O perfil do consumidor português está a mudar: está mais atento, tem maior consciência ambiental e valoriza o consumo sustentável, indica um estudo da Consumers Trust Labs por ocasião do Dia Mundial dos Direitos do Consumidor.
Nas tendências de consumo mais relevantes, 66% dos inquiridos aponta a sustentabilidade e a ética e 51,4% admite estar disposto a pagar mais por um produto sustentável. Adquirir produtos com embalagens recicláveis ou biodegradáveis já é opção para 58,7% e 53,2% assume evitar marcas com impacto ambiental negativo.
Consumo consciente e responsável
Os hábitos de consumo têm evoluído significativamente. Hoje, o consumidor percorre diariamente a internet, pesquisa marcas, acompanha tendências e é um grande adepto das compras online.
As principais conclusões do estudo sugerem que o perfil do consumidor português, na relação com as marcas, está a mudar: está mais atento, exigente e defensor de um consumo consciente e responsável. Sobre as tendências de consumo que considera mais relevantes na atualidade, 66% aponta o consumo sustentável e ético e 43% valoriza a economia circular (reutilização, reciclagem e segunda mão).
Novos hábitos de consumo
Os dados mostram que a maioria dos consumidores tem preocupação com as práticas éticas e sustentáveis das marcas. 51,4% admite que estaria disposto a pagar mais por produtos e serviços que promovam estas práticas nas suas políticas de negócio: 42,9% até 10% mais caro, 6,4% entre 10% e 20% mais caro e 2,1% até 20% mais caro. Porém, 48% assume não estar disposto a pagar mais.
À pergunta “Considera importante a sustentabilidade da embalagem dos produtos que compra?”, 58,7% dos consumidores diz que prefere adquirir produtos com embalagens recicláveis ou biodegradáveis.
No que se refere às condições laborais de quem produz os produtos vendidos por uma marca, 61,7% admite que não compraria um produto se soubesse que foi produzido em condições precárias de trabalho (por exemplo, exploração infantil, salários injustos, excesso de horas de trabalho).
Já 53,2% afirma evitar marcas com grande impacto ambiental, caso saiba que uma marca polui significativamente o ambiente.
No que diz respeito a experimentar novas marcas, em 2025, ou manter-se fiel às que conhece, 66,4% responde que “tudo depende do produto e serviço oferecido” evidenciando que o consumidor atual valoriza sobretudo a experiência de compra e o atendimento personalizado e eficaz. Já 29,5% responde que prefere marcas que já conhece e 4,1% prefere experimentar novas marcas.
No que se refere à primeira opção – antes de comprar um produto novo -, 57,6% diz que avalia o preço e a disponibilidade do produto e apenas 24,5% diz procurar uma alternativa sustentável (segunda mão, reciclado, produzido de forma ética.)
Reputação das marcas
Sobre os valores de uma marca, a qualidade do produto é o fator mais valorizado para 86,3% dos inquiridos. Segue-se a acessibilidade do preço (72,1.%) e o atendimento ao cliente (51,1%). A sustentabilidade foi apontada por 44,8% dos consumidores e a responsabilidade social da marca importa para 34,5% dos inquiridos.
À questão “De que forma as redes sociais influenciam as suas decisões de compra?”, 54% assume-se influenciado pelas redes sociais e 33% dos consumidores sente-se influenciado por avaliações e feedbacks de outros antes de comprar.
Entre reputação e notoriedade, 78,1% dos consumidores valoriza a reputação antes de comprar e afirma ler sempre feedbacks e avaliações de outros consumidores, mesmo que a marca seja pouco conhecida.
Na opinião de Pedro Lourenço, CEO da Consumers Trust e fundador do Portal da Queixa, “este estudo destaca que, além da qualidade do produto ou serviço e da importância que dão à reputação das marcas, os consumidores estão cada vez mais atentos, conscientes e sensíveis às práticas de sustentabilidade e responsabilidade das marcas no âmbito do impacto ambiental. Esta preocupação é admitida pela maioria dos inquiridos do estudo – e ficou vincada em várias respostas -, mostrando que as marcas devem assim adaptar-se a estas novas tendências de consumo consciente e responsável, para serem valorizadas e elegíveis pelos consumidores”.