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Cada vez mais empresas consideram que fraudes estão a aumentar em Portugal

Fraude
Foto Shutterstock

Mais de metade das empresas portuguesas considera que o número de ocorrências de fraude no sector empresarial aumentou em Portugal. De acordo com o “Deloitte Fraud Survey Portugal 2021”, que já vai na sua terceira edição, a maior parte das empresas inquiridas (58%) acredita que o número de organizações envolvidas em eventos de fraude, no último ano, em Portugal, aumentou.

De acordo com 59% das empresas inquiridas, a pandemia de Covid-19 promoveu o aumento de fraude no mercado nacional. Em todos os sectores, com exceção dos serviços não financeiros, os resultados foram coerentes com a análise global. Em relação ao sector dos serviços não financeiros, 45% dos inquiridos considera que a pandemia não teve impacto significativo na ocorrência destas situações.

Pelo terceiro ano consecutivo, o tráfico de influências (68%), a corrupção (53%) e a escolha preferencial de parceiro (47%) continuam a ser, respetivamente, as três principais formas de fraude em Portugal, de acordo com as empresas inquiridas. Analisando por região, verifica-se que as empresas situadas na Grande Lisboa e no Norte atribuem maior peso ao tráfico de influências (70% e 69%, respetivamente), do que empresas de outras regiões (57%).

No entender de Joaquim Paulo, partner da Deloitte, “o problema da fraude apresenta inúmeros impactos negativos nas empresas, tais como elevados custos financeiros, consequências legais e de reputação. Sendo uma terceira edição, o estudo apresenta como mais-valia a evolução comparativa das respostas dos inquiridos face aos anos anteriores, permitindo analisar a evolução de tendências e comportamentos no mercado empresarial português”.

Das empresas inquiridas, 15% declara que testemunhou situações de fraude no último ano, identificando como principal o desvio de fundos (43%). Face à edição anterior, verifica-se que os resultados de 2020 estão em linha com os obtidos nesta edição.

Segundo as conclusões deste estudo, os sectores de serviços financeiros (47%), bens de consumo (17%) e serviços não financeiros (12%) são aqueles onde a perceção de ocorrência de situações de fraude é mais comum. Quase metade dos inquiridos continua a considerar o sector dos serviços financeiros como aquele em que ocorrem mais situações de fraude, em linha com as edições anteriores.

A falta de valores éticos (48%) e os sistemas de controlo ineficientes (38%) são percebidos como as principais razões para a ocorrência de fraude por parte dos inquiridos, com a primeira a apresentar uma importância crescente neste contexto, ao longo das três edições deste estudo.

A falta de competências internas no controlo de fraude (53%) e a falta de formação dos colaboradores para prevenção de fraude (37%) são os fatores apontados pelos inquiridos que mais contribuem para a ocorrência de fraude nas empresas portuguesas. Adicionalmente, os inquiridos atribuem um maior peso à falta de formação de colaboradores (37%), em comparação com os resultados de 2020 (26%).

 

Prevenção de fraude

Cerca de três quartos dos inquiridos nesta edição consideram que não se deve evitar uma denúncia de fraude às autoridades competentes, mesmo que a mesma possa ter um impacto negativo na organização, o que está em linha com a edição de 2020.

Aproximadamente dois terços das empresas inquiridas consideram que os mecanismos de controlo interno são o processo mais utilizado para a identificação destas situações, seguindo-se as investigações internas (15%) e as denúncias (6%). Contudo, 61% dos inquiridos afirma que a sua empresa não detém ferramentas tecnológicas que permitam identificar potenciais transações fraudulentas e 38% dos inquiridos declarara que a sua empresa não realizou nenhum investimento, no último ano, em sistemas de controlo interno com foco na prevenção de fraude.

Como medida preventiva de fenómenos de fraude, cerca de 91% dos inquiridos considera ser relevante a existência de procedimentos e ferramentas KYC/KYS, sendo que 42% referiu que a sua empresa não detém estas ferramentas.

De destacar, igualmente, que a maioria das empresas inquiridas (57%) considera que eventuais medidas decorrentes da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção 2020-2027 apenas terão efeitos caso exista sanções efetivamente aplicadas. Esta opinião é reforçada ao nível das PME (61%) face às grandes empresas (53%).

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