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“Burnout” dos colaboradores surge no top 5 das maiores preocupações dos executivos

De acordo com o estudo “Global Talent Trends 2019” da consultora Mercer, quase três quartos (73%) dos executivos preveem uma transformação significativa nos próximos três anos, em comparação com 26% em 2018.

À medida que os executivos procuram tornar as suas organizações “future-fit”, os riscos associados às pessoas, incluindo a capacidade em adequar as novas competências necessárias para o negócio e ultrapassar o cansaço provocado pela rápida mudança, podem ser um entrave no progresso da transformação. Fazer face a estas preocupações é fundamental, visto que apenas um em cada três executivos classifica a sua empresa como muito eficiente no que se refere à mitigação dos riscos associados às pessoas. “Ao longo dos últimos anos, as organizações passaram da antecipação à ação no que se refere à preparação do futuro do trabalho. Contudo, é crítico equilibrar os processos de mudança e implementar uma estratégia de transformação eficiente, de forma a evitar confundir as pessoas com tanta mudança, inundando-as com processos infindáveis, levando-as muitas vezes à exaustão e alienação relativamente aos valores e ao propósito da organização”, comenta Pedro Brito, partner da Mercer.

Com o clima de incerteza atual, os colaboradores procuram estabilidade. O estudo da Mercer revela que a segurança no trabalho é uma das três razões principais pelas quais os colaboradores se juntaram à sua empresa e a principal razão pela qual ficam. Entenda-se segurança no sentido mais lato, incluindo também segurança emocional.

Além disso, a flexibilidade de horário e a preocupação da empresa com o bem-estar do colaborador são dois fatores chave na retenção. Paralelamente, o redesenho exponencial das funções leva a que um em três colaboradores esteja preocupado em ver a sua função substituída por inteligência artificial ou pela automatização. É duas vezes mais provável que os colaboradores com níveis de produtividade e crescimento mais elevados descrevam o seu papel como “focado nas relações” e o seu ambiente de trabalho como “colaborativo”. “O futuro do trabalho exige cada vez maior conectividade entre as pessoas e não apenas com tecnologia, criar um ambiente de trabalho apelativo onde as pessoas queiram ‘estar’ e não apenas ‘ir’, construir uma identidade coerente com os valores e ações, estimular ligações e utilizar a informação para personalizar a experiência”, refere Pedro Brito.

O estudo da Mercer identificou quatro tendências chave que as empresas líderes de mercado estão a explorar em 2019: alinhamento do trabalho ao valor do futuro; desenvolvimento da ressonância da marca; curadoria da experiência de trabalho e transformação liderada pelo talento.

Alinhamento do trabalho ao valor do futuro

60% das empresas planeiam automatizar mais trabalho nos próximos 12 meses. Simultaneamente, os executivos apontam o redesenho das funções como a área de investimento em talento com maior potencial de retorno de investimento e 65% dos colaboradores exigem maior clarificação na definição de responsabilidades.

O desafio para a gestão de recursos humanos é construir uma estratégia integrada e focada nas pessoas (uma abordagem implementada quatro vezes mais por empresas com elevado crescimento) e potenciar a análise de dados para uma tomada de decisão rigorosa e alinhada com a dimensão e planos da organização. Contudo, de acordo com o estudo, apenas um terço das empresas têm dados fiáveis sobre do impacto no negócio das suas estratégias. “A chave é alinhar funções e pessoas para onde o valor está a ser criado e permitir um mecanismo para recompensar comportamentos e competências para o ‘future-fit’”, partilha Pedro Brito.

Desenvolvimento da ressonância da marca

O que importa para os colaboradores e pessoas que procuram emprego é a forma como as empresas gerem o seu negócio e defendem os valores da sua marca. Mas nem sempre as linhas entre a marca percepcionada pelo consumidor e a proposta de valor para as pessoas estão alinhadas. Empresas com sucesso asseguram que a proposta de valor da sua marca esteja refletida em todos os segmentos da sua força de trabalho.

A política de compensação total de uma organização é a área onde os valores da marca podem brilhar: é quatro vezes mais provável que colaboradores com níveis de produtividade e crescimento elevados trabalhem para uma empresa que assegura equidade nas decisões de pagamento e promoção (78% versus 18%).

Curadoria da experiência de trabalho

De acordo com o estudo da Mercer, é três vezes mais provável que colaboradores com níveis de produtividade e crescimento elevados trabalhem para uma organização que permita tomadas de decisão rápidas (81% versus 26%) e que ofereça ferramentas e recursos para que estes desempenhem o seu trabalho eficientemente (82% versus 30%). Planos de desenvolvimento de carreira simplificados e personalizados são pedidos por parte dos colaboradores. Mais de metade (56%) dos colaboradores pretendem uma formação adequada para os ajudar a desenvolver as suas competências e prepará-los para as futuras funções.

A tecnologia desempenha um papel fundamental. É duas vezes mais provável que empresas com elevado crescimento ofereçam uma experiência digital total aos seus colaboradores em comparação com empresas com crescimento moderado.

Transformação liderada pelo talento

Para assegurar que o talento está no centro da mudança, os recursos humanos devem ter uma voz ativa no processo de transformação do negócio. O estudo deste ano concluiu que 61% dos responsáveis de recursos humanos foram envolvidos no planeamento da implementação de grandes projetos de mudança e 54% envolvidos na execução desses planos. Mas, apenas dois em cada cinco responsáveis participaram na fase de produção da ideia em iniciativas de transformação.

Os recursos humanos consideram a moral do colaborador como uma importante barreira para que as mudanças aconteçam. “Atrito” e a “quebra de confiança” são dois dos principais desafios para este ano. “Estas conclusões apontam para a necessidade de desenhar os processos de transformação centrados nas pessoas e garantir melhores métricas para perceber como as pessoas estão a viver e abraçar a mudança”, refere Pedro Brito.

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