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Banco de Portugal projeta crescimento de 6,3% em 2022

Foto Shutterstock

As projeções para 2022 a 2024 do Banco de Portugal refletem a continuação da recuperação da economia portuguesa, após o choque pandémico, num enquadramento externo agravado pela invasão russa da Ucrânia.

Em 2022, a economia crescerá 6,3%, refletindo um forte efeito de arrastamento associado ao crescimento, ao longo de 2021, a dinâmica do primeiro trimestre, mas também uma acentuada desaceleração no resto do ano. Em 2023 e 2024, o crescimento da atividade será, segundo o Banco de Portugal, de 2,6% e 2%.

O agravamento do enquadramento internacional condiciona a evolução da atividade. A economia portuguesa sofre impactos, diretos e indiretos, da invasão da Ucrânia, que resulta no aumento da incerteza, em maiores taxas de inflação e no acentuar das disrupções nas cadeias de produção globais. A deterioração do contexto externo implicou revisões em baixa das taxas de variação em cadeia do PIB, ao longo de 2022. Os efeitos dinâmicos destas revisões implicam um menor crescimento anual em 2023, relativamente ao anteriormente projetado.

 

Inflação

A inflação deverá aumentar para 5,9%, em 2022, reduzindo-se para 2,7% e 2% nos dois anos seguintes. Este perfil reflete a evolução das pressões externas sobre os preços. Ao longo do horizonte de projeção, estas vão-se dissipando, sendo parcialmente compensadas por um aumento das pressões internas.

O consumo privado aumentará 5,2%, em 2022, com redução da poupança corrente, desacelerando em 2023 e 2024, para uma evolução mais alinhada com a do rendimento disponível real, que se contrairá em 0,4%, em 2022, e crescerá 1,5%, em média, nos dois anos seguintes.

O investimento manter-se-á num crescimento de 6%, em média, em 2022-24, próximo do observado em 2021, em larga medida refletindo os recebimentos de fundos europeus.

As exportações crescerão 13,4%, em 2022, desacelerando gradualmente para um ritmo próximo do pré-pandemia, em 2024. Este perfil é determinado pela recuperação das exportações de serviços, projetando-se que o turismo regresse ao nível pré-pandémico, em meados de 2022.

O crescimento do emprego abrandará ao longo do horizonte de projeção. A taxa de desemprego diminuirá para 5,6%, em 2022, e 5,4%, nos anos seguintes. Os salários reais por trabalhador no sector privado reduzir-se-ão 1%, em 2022, refletindo a subida da inflação, mas aumentarão, em média, 2% em 2023-24, aproximadamente em linha com a produtividade.

 

Riscos para a atividade

À atual projeção estão associados riscos descendentes para a atividade e ascendentes para a inflação, em particular no ano de 2022. A possibilidade de agravamento do impacto da invasão da Ucrânia constitui o principal foco de incerteza e riscos.

O aumento continuado das qualificações da força de trabalho é essencial num contexto demográfico desfavorável e de transformação tecnológica orientada para a digitalização. Uma implementação efetiva dos investimentos e reformas subjacentes ao Plano de Recuperação e Resiliência permitirá ganhos adicionais de crescimento a longo prazo”, indica o Banco de Portugal.

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