Preocupações
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Aumento dos custos e declínio dos gastos dos consumidores entre as principais preocupações do retalho

Este ano, os retalhistas estão mais preocupados com o aumento dos custos, o declínio dos gastos do consumidor e a volatilidade da cadeia de abastecimento, de acordo com uma nova pesquisa da consultora estratégica Boston Consulting Group (BCG) e do World Retail Congress (WRC).

O relatório, intitulado “‘Amid Uncertainty, AI Gives Retailers a Path to Resilience”, analisa as perspetivas para 2023 e como a inteligência artificial pode trazer soluções para problemas mais relevantes.

De acordo com o estudo, os inquiridos concordam amplamente que a incerteza económica e operacional continuará em 2023. No entanto, há sinais de otimismo, já que 65% espera que a economia cresça este ano, lenta ou rapidamente (contra 11% que acredita que a economia vai desacelerar).

 

Preocupações

Em particular, o que atualmente preocupa os executivos do sector é o aumento dos custos, seguido pela queda dos gastos do consumidor e pela volatilidade da cadeia de abastecimento. Completando o top 5 das maiores incertezas em estão o sentimento do consumidor e o crescimento do comércio eletrónico.

As outras preocupações são os desafios laborais no sector do retalho, o cenário competitivo em mudança, os fatores geopolíticos, os níveis de stock, as mudanças no tráfego pedonal dos consumidores e o talento e cultura.

 

Resposta aos desafios

Menos de 13% dos executivos entrevistados diz que as suas organizações estão a investir em soluções de longo prazo, como o uso de inteligência artificial, para enfrentar estes desafios. A maioria concentra-se em soluções de curto prazo, como o aumento de preços e a realização de campanhas de marketing. “Fica claro neste estudo que muitos retalhistas estão a perder o potencial de soluções baseadas em inteligência artificial para enfrentar os desafios e construir resiliência de longo prazo para seus negócios”, afirma Ian McGarrigle, presidente do World Retail Congress.

Em resposta ao aumento dos custos, 55% dos entrevistados diz que as suas organizações estão a aumentar os preços e 52% a renegociar com os fornecedores, exceto na Ásia, onde a principal solução é o rastreamento e os processos de gestão de custos.

O estudo avança que os retalhistas podem aproveitar a inteligência artificial para criar uma estratégia de preços de próxima geração, através de diferentes vias, tais como a fixação de preços por zonas geográficas e canais, alterações dinâmicas de preços e ofertas personalizadas.

As soluções de machine learning podem também ser utilizadas para entender melhor a elasticidade dos preços e fazer previsões, assim como a simulação e otimização de mudanças de preços em diferentes posições, planos de promoção, vendas e estratégias de personalização.

Outra opção oferecida pela inteligência artificial é a monitorização dos concorrentes relevantes e de fontes alternativas de dados, como as redes sociais, em tempo real, para responder rapidamente aos movimentos da concorrência e aos sinais de procura.

Fora da Ásia, a maioria dos retalhistas está a afastar-se da inteligência artificial como ferramenta para oferecer uma experiência de compra mais personalizada que ajuda a superar o declínio nos gastos do consumidor. Em vez disso, as abordagens mais comuns são investimentos em programas de fidelidade (45%), a otimização da oferta de produtos (44%), promoções (40%) e investimentos na experiência digital do cliente (40%).

Relatórios anteriores do Boston Consulting Group indicaram que os consumidores tinham 110% mais probabilidade de adicionar produtos ao carrinho de compras e 40% mais probabilidade de gastar mais do que o esperado quando a experiência de compra é altamente personalizada.

 

Pouco uso da inteligência artificial

Da mesma forma, quase metade dos distribuidores que citaram as cadeias de abastecimento como uma das principais preocupações estão a tentar melhorar as ferramentas de gestão de stock. Outros concentram-se na melhoria da gestão de fornecedores e do transporte e em diversificar sua base de fornecedores como soluções para a complexidade da cadeia e volatilidade constante.

O estudo indica que existe uma oportunidade relativamente inexplorada para os retalhistas integrarem a inteligência artificial nestas soluções e na sua estratégia global da cadeia de abastecimento, para melhor compreenderem e abordarem as causas profundas da volatilidade do produtor até ao cliente.

Combinadas com a capacidade de simular e otimizar vários cenários, as informações baseadas em inteligência artificial podem ajudar os retalhistas a serem mais flexíveis e preverem com mais precisão as necessidades de longo prazo, enquanto são proativos sobre a volatilidade da oferta e da procura de curto prazo.

“O novo ambiente de retalho após a pandemia é mais complexo e competitivo do que antes”, afirma Joan Sol, sócio e responsável pela prática de FMCG e Distribuição do Boston Consulting Group na Península Ibérica. “A grande maioria dos retalhistas está a perder a oportunidade de adotar soluções com tecnologias de inteligência artificial. Trata-se de implementá-las o mais rápido possível para aproveitá-las agora como uma vantagem competitiva que impulsiona os seus negócios”, acrescenta.

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