Desperdício Zero Pingo Doce
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“As famílias estão mais sensíveis à poupança económica”

A efeméride do Dia da Poupança, assinalado no passado dia 31 de outubro, foi o mote da conversa com Maria João Coelho, diretora de marketing do Pingo Doce, que detalhou as ações promovidas pela insígnia alimentar da Jerónimo Martins ao nível da sustentabilidade e valorização dos recursos alimentares. Afinal, poupança económica passa também pelo fomento de hábitos de consumo mais regrados, seja do ponto de vista alimentar ou ambiental.

 

Grande Consumo – Porque é que tão importante assinalar o Dia da Poupança? Em concreto, porque razão este tema é tão importante para o Pingo Doce? O que tem feito nesse âmbito?

Maria João CoelhoA proposta de valor do Pingo Doce assenta na oferta de produtos de grande qualidade aos melhores preços, oferecendo toda a conveniência aos seus clientes.

O Pingo Doce sempre apostou na dinâmica promocional, mas, este ano, em que muitas famílias estão a sentir os efeitos da crise que atravessamos, aumentámos, ainda mais, as nossas promoções e apresentamos propostas inovadoras no mercado.

Lançámos a ação de “cabaz essencial da poupança”, no âmbito da qual colocamos, duas vezes por semana, mais de 20 artigos à venda com preços ainda mais baixos, podendo o consumidor obter uma poupança na ordem dos 30%. São mais de 20 artigos em cada uma das campanhas. Queremos ter sempre fruta, um legume, um artigo do talho, de pão, comida pronta take-away, uma sopa, uma massa, arroz… São produtos essenciais a preços muito baixos.

Pela primeira vez, fizemos, também, ofertas de cabazes já prontos a levar de produtos da nossa marca própria e desenvolvemos mais parcerias com empresas de outros sectores para oferecer mais oportunidades de poupança, em áreas como a tecnológica e de material escolar. Por exemplo, as ações de promoção com a Fnac e a Staples.

Além disso, mantemos as nossas ações de promoção regulares: campanha 0% IVA, campanha 50 euros em compras atribuição de 10 euros de desconto direto, campanha de 50 euros em compras atribuição de vale de 10 euros na BP, campanha de atribuição de valor para combustível em cartão a triplicar. A estas ações juntam-se as promoções semanais de milhares de produtos, destacados nos folhetos que publicamos.

Estamos a investir – porque sentimos essa necessidade e os clientes estão a pedir-nos isso –, aumentando a nossa carga promocional para ir ao encontro das necessidades das famílias.

Maria João Coelho, diretora de marketing Pingo Doce
Maria João Coelho, diretora de marketing do Pingo Doce

 

GC – A pandemia de Covid-19 veio reforçar, ainda mais, a mensagem da necessidade da importância de poupança a vários níveis – de capital, ambientais, de recursos endógenos – e, consequentemente, do modo como gerem os hábitos alimentares?

MJCSem dúvida. A pandemia veio alertar para uma série de questões que há muito já são conhecidas, mas que não era vistas com o cariz de urgência atual. A sociedade está muito mais sensível ao futuro do planeta.

As famílias estão também mais sensíveis à poupança económica, dado o contexto de crise que vivemos, o que está necessariamente ligado à poupança de recursos. As medidas de poupança ao nível da energia ou do desperdício alimentar, por exemplo, beneficiam não apenas o orçamento das famílias, mas também protegem o ambiente.

O desperdício alimentar e a sustentabilidade do planeta e dos recursos, por exemplo, são hoje mais urgentes do que nunca. Para ter uma ideia, em Portugal, estima-se que, em média, cada português deite 100 quilogramas de alimentos para o lixo por ano, na maioria das vezes, por desconhecimento do que fazer com as sobras, de como interpretar os prazos de validade ou de como conservar alimentos. Contudo, este tipo de informação está cada vez mais ao alcance de todos e o Pingo Doce, dentro do que considera um compromisso, tem contribuído para poder ser um agente da mudança positiva, contribuindo para uma melhor informação de todos, dando-lhes ferramentas que lhes permitam reduzir o desperdício alimentar nas suas casas, poupando, assim, recursos e o ambiente. Exemplo disso foi a recente campanha “Nada se Perde Tudo se Poupa”, onde lançámos um livro com receitas com partes de alimentos que, geralmente, não são aproveitadas, assim como pratos confecionados com as sobras mais comuns das refeições do dia-a-dia.

 

O desperdício alimentar e a sustentabilidade do planeta e dos recursos, por exemplo, são hoje mais urgentes do que nunca. Para ter uma ideia, em Portugal, estima-se que, em média, cada português deite 100 quilogramas de alimentos para o lixo por ano, na maioria das vezes, por desconhecimento do que fazer com as sobras, de como interpretar os prazos de validade ou de como conservar alimentos

 

GC – Como é que as insígnias do retalho alimentar podem reforçar as suas ações de valorização de produtos não considerados com o calibre ou aspeto certos para a comercialização? Em suma, a fruta “feia” tem cabimento na cadeia de valor?

MJCO Pingo Doce, há vários anos, que tem uma política de valorização dos chamados legumes “feios”, ou seja, legumes com tamanhos, cor ou forma não padronizados, mas com perfil nutricional igual aos outros, pelo que estão totalmente aptos a serem consumidos. Nesse sentido, estes legumes são comprados aos produtores e incorporados nas sopas confecionadas nas cozinhas centrais ou transformados em legumes prontos a utilizar.

 

GC – Pela escala e complexidade das suas operações, consequente experiência acumulada na gestão de stocks e de desperdícios, como é que as insígnias alimentares podem ajudar os consumidores a gerir, eficientemente, os seus stocks em casa? O livro “Desperdício Zero à Mesa com o Pingo Doce” é um bom exemplo e um contributo significativo nesse âmbito?

MJCEsta iniciativa surge no âmbito da política de combate ao desperdício alimentar do Pingo Doce, que tem assumido uma importância crescente, ao longo dos últimos anos, no sentido de evitar o desperdício de alimentos. Com o objetivo de democratizar os princípios associados ao desperdício zero, transpondo-os para os lares portugueses, de uma forma simples, fácil e rápida, que permita poupar tempo, recursos e no orçamento familiar, o Pingo Doce lançou o livro de receitas “Desperdício Zero à Mesa com o Pingo Doce”, que permite que estes princípios possam, de uma forma simples, ser transpostos para o quotidiano. Neste livro, assim como noutro tipo de comunicação que fazemos junto dos consumidores, são dadas dicas para a conservação dos alimentos, como reutilizar o que já foi utilizado e como promover a economia circular.

 

GC – Por que outros aspetos passa a política de combate ao desperdício alimentar do Pingo Doce?

MJCEstando consciente de que os recursos do planeta são finitos, e no âmbito da sua política de atuação sustentável, o Pingo Doce assume, há muitos anos, o combate ao desperdício alimentar como uma missão, em diferentes vertentes. Só em 2019, o Pingo Doce evitou o desperdício de cerca de 10.700 toneladas de alimentos, através de diversas iniciativas, sendo a cadeia de retalho alimentar que mais alimentos doa em Portugal.

O Pingo Doce atua em quatro vertentes no que respeita o desperdício alimentar. Por um lado, quando os alimentos estão aptos para serem consumidos, mas não para venda, são doados a IPSS que apoiam pessoas em situação de vulnerabilidade nas comunidades próximas das lojas Pingo Doce. Em 2019, o Pingo Doce doou géneros alimentares equivalentes a mais de 5.800 toneladas, sendo apoiadas regularmente mais de 500 instituições. No primeiro semestre deste ano, foram doadas cerca de 2.800 toneladas de alimentos.

Como também já referimos, os legumes com tamanhos, cor ou forma não padronizados, mas com perfil nutricional igual aos outros, estão totalmente aptos a serem consumidos. Estes legumes são comprados aos produtores e incorporados nas sopas confecionadas nas cozinhas centrais, ou transformados em legumes prontos a utilizar. Só em 2019, o Pingo Doce utilizou mais de 3.700 toneladas de legumes não calibrados em sopas e produtos de 4.ª gama.

Outra vertente é a venda com desconto de produtos em final de validade (mark-down).Os produtos prestes a atingir o prazo de validade, mas que mantêm todas as propriedades a nível de qualidade e segurança alimentar, são vendidos com desconto, sendo identificados com uma etiqueta de preço com cor laranja. Esta é uma iniciativa que foi implementada em março de 2019 e que permitiu já evitar o desperdício de 1.100 toneladas de alimentos, até final desse mesmo ano.

Finalmente, em todas as edições da revista Sabe Bem e no site pingodoce.pt são partilhadas receitas, criadas pelo Pingo Doce e acompanhadas pela equipa de nutrição, para que cada vez mais pessoas possam aproveitar partes de alimentos ou sobras de refeições que não estão habituadas a valorizar, evitando o desperdício, poupando dinheiro e preservando recursos.

 

A medição e monitorização regular de indicadores desempenho, entre os quais a pegada de desperdício alimentar, é essencial na gestão de uma organização. Com esses dados, é possível determinar áreas de melhoria, definir políticas concretas e respetivos planos de ação

GC – A marca reclama o facto de ter sido o primeiro retalhista alimentar, em Portugal, a calcular, a verificar de forma independente e a divulgar publicamente a sua pegada nesta área. Qual é a mesma? Como pode ser avaliada?

MJCSim. Do nosso conhecimento, nenhum outro retalhista a operar em Portugal tomou esta iniciativa. A pegada de desperdício alimentar do grupo é publicamente divulgada no Relatório e Contas e no website corporativo, desde 2018, cobrindo quatro anos civis: 2016 a 2019. Os valores de desperdício alimentar são calculados de acordo com o protocolo internacional de Food Loss and Waste do World Resources Institute (de acesso público).

 

GC – E por que razão é tão importante ser calculada/medida?

MJCA medição e monitorização regular de indicadores desempenho, entre os quais a pegada de desperdício alimentar, é essencial na gestão de uma organização. Com esses dados, é possível determinar áreas de melhoria, definir políticas concretas e respetivos planos de ação. Assumindo a intemporalidade do lema “não podemos gerir se não medirmos”, sem uma monitorização regular não é possível ajustar medidas nem assegurar o cumprimento dos objetivos assumidos pelas empresas.

Tem sido este o percurso percorrido pelo grupo, que tem vindo a testar e implementar diversas soluções com o objetivo de maximizar os produtos alimentares, procurando que cumpram o propósito com que foram produzidos: alimentar o ser humano. Para isso, reduzir o desperdício não só nas suas operações, mas também na sua cadeia de fornecimento e junto dos seus clientes, é um desígnio perseguido desde há muito.

Por outro lado, a ausência de divulgação destes valores compromete a monitorização e o cumprimento do objetivo assumido quer pela Comissão Europeia, quer pelas Nações Unidas de reduzir o desperdício alimentar em 50% até 2030.

 

Desperdício Zero Pingo Doce

GC – O shopper português está atento às dinâmicas e consciente das consequências dos seus hábitos de consumo? No caso concreto do retalho alimentar, promover uma correta “educação” do consumo não poderá colocar em risco o desempenho comercial das insígnias? Consumir melhor passa por, necessariamente, consumir menos?

MJCNo caso dos consumidores, temos visto uma maior consciencialização ao longo dos anos. Muitos portugueses fazem regularmente a sua lista de compras, para que não comprem mais do que o que vão precisar para as suas refeições diárias, e isso é um indicador de que existe uma preocupação acrescida relativamente ao desperdício alimentar em casa.

Contudo, não estará em causa o desempenho comercial dos retalhistas. A atividade é adaptada e os recursos também. Mais do que nunca, poupar recursos, protegendo o ambiente e respeitando e potenciando ao máximo os alimentos, é imperativo e uma missão de todos nós, enquanto empresas e cidadãos.

 

GC – Como se pode promover uma correta promoção de um consumo consciente e sustentável? Que dicas pode o Pingo Doce partilhar para um consumo mais consciente, sustentável e poupado? A correta conservação dos alimentos é uma boa aliada nessa matéria?

MJCO livro “Desperdício Zero à mesa com o Pingo Doce” é um exemplo mais recente do nosso trabalho nesta área da sensibilização para um consumo mais consciente e sustentável.

Verificar os prazos de validade, conservar adequadamente os alimentos, reciclar tudo o que é descartado e pode ser transformado para outras funções ou produtos, reutilizar tudo o que já foi usado, mas que pode continuar desempenhar são apenas algumas dicas que podem ajudar as famílias a reduzirem o desperdício em suas casas e a serem mais sustentáveis.

No fundo, estamos a promover a economia circular, ou seja, a redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia.

 

GC – Esta é uma visão, a do combate ao desperdício alimentar, que vai continuar a fazer parte da atividade quotidiana da insígnia?

MJCO Pingo Doce é uma organização consciente do problema mundial que é o desperdício de comida, pelo que esta é uma missão há vários anos assumida e que vai continuar a fazer parte da sua atividade.

Se todos fizermos o nosso papel e ponderarmos o que podemos aproveitar e reutilizar, seremos uma comunidade com uma voz ativa no combate ao desperdício. Esta luta deve e tem de ser de todos. Os pequenos gestos podem ter impacto e hoje, mais do que nunca, devemos reforçar o nosso compromisso com esta causa, pelas gerações futuras.

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