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As cooperativas Arla Foods, da Dinamarca, e DMK Group, da Alemanha, anunciaram a intenção de se fundirem, formando a maior cooperativa de lacticínios da Europa. A nova entidade reunirá mais de 12 mil agricultores e prevê alcançar uma receita anual combinada de 19 mil milhões de euros.
A empresa resultante manterá o nome Arla e terá sede em Viby J, na Dinamarca. Peder Tuborgh, atual CEO da Arla Foods, continuará como CEO da nova entidade, enquanto Ingo Müller, CEO do DMK Group, integrará a equipa de gestão executiva como vice-presidente executivo para a integração pós-fusão
Objetivos e benefícios esperados
A fusão visa fortalecer a resiliência das cooperativas face à prevista diminuição na produção de leite na Europa. Ao unir forças, as empresas esperam diversificar os seus portefólios de produtos, expandir a presença no mercado e reforçar as ligações com os consumidores a nível global.
A colaboração anterior entre a Arla e o DMK, como a joint venture ArNoCo, que processa soro de leite da produção de queijo da cooperativa alemã em concentrado de proteína de soro de alta qualidade para o negócio global de ingredientes da sua homóloga dinamarquesa, serve de base para esta fusão.
“A base desta parceria é formada pelos nossos valores partilhados e estou imensamente orgulhoso desta proposta de fusão, que é uma situação vantajosa para ambas as cooperativas. A força tanto da Arla como do DMK Group reside no nosso compromisso partilhado com a qualidade e inovação e vejo o DMK Group como o parceiro perfeito para moldar uma nova e fortalecida Arla, preparada para liderar na indústria de lacticínios”, afirma Jan Toft Nørgaard, presidente da Arla Foods.
Por sua vez, Heinz Korte, presidente do DMK Group, acrescenta que esta parceria “fortalece a resiliência” de ambas as cooperativas e contribui “significativamente” para reforçar a competitividade dos seus agricultores. “Juntos, podemos expandir o alcance para os nossos produtos lácteos, melhorando assim a nossa oferta e impulsionando conjuntamente o desenvolvimento de produtos inovadores em benefício dos nossos membros”, sublinha.
Próximos passos
A fusão está sujeita à aprovação dos conselhos de representantes de ambas as cooperativas, com votações agendadas para junho, bem como à aprovação regulatória, esperada até ao final do ano.
Esta operação representa uma mudança significativa no sector de lacticínios europeu, criando uma entidade com maior capacidade de investimento em inovação, sustentabilidade e expansão de mercado. A união das duas cooperativas poderá servir de modelo para futuras consolidações no sector, visando enfrentar desafios como a volatilidade dos preços do leite, as mudanças nas preferências dos consumidores e as questões ambientais. A nova Arla pretende não apenas consolidar a sua posição na Europa, mas também fortalecer a sua presença em mercados internacionais, oferecendo uma gama diversificada de produtos lácteos de alta qualidade a consumidores em todo o mundo.
União de dois gigantes
A Arla Foods é uma cooperativa de produtores de leite com sede na Dinamarca resultante da fusão entre dinamarqueses e suecos em 2000. Atualmente, é um dos maiores grupos lácteos da Europa e um dos principais exportadores mundiais de lacticínios. É propriedade de cerca de 8.500 produtores de leite na Dinamarca, Suécia, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Países Baixos e Reino Unido e está presente em mais de 140 mercados, com marcas globais como Arla, Lurpak, Castello e Puck. Foca-se fortemente em sustentabilidade e inovação em produtos saudáveis e ricos em proteínas. Em 2023, as suas receitas ultrapassaram os 13 mil milhões de euros.
Já o DMK Group (Deutsches Milchkontor) é a maior cooperativa láctea da Alemanha e um dos principais grupos de lacticínios da Europa. É detido por cerca de 4.600 produtores de leite alemães, organizados em cooperativas. Possui várias marcas no mercado alemão e internacional, como Milram, Oldenburger, Humana (nutrição infantil) e Alete. Além dos lacticínios, atua também em ingredientes para indústria alimentar, nutrição clínica e nutrição animal. Em 2023, registou um volume de negócios na ordem dos 5,5 mil milhões de euros.
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