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Apenas 20% dos influenciadores identifica as suas comunicações comerciais

Apenas um em cada cinco influenciadores europeus indica consistentemente que o conteúdo comercial que publica é publicidade.

O número resulta de uma análise realizada pela Comissão Europeia e pelas autoridades de defesa do consumidor de 22 Estados-membro, aos quais se juntaram também a Noruega e a Islândia.

 

Perfil

A pesquisa considerou os posts de 576 influenciadores nas principais redes sociais. Especificamente, 82 influenciadores tinham mais de um milhão de seguidores, 301 mais de 100 mil e 73 entre cinco mil e 100 mil. 572 fizeram publicações no Instagram, 334 no TikTok, 224 no YouTube, 202 no Facebook, 82 no X (antigo Twitter), 52 no Snapchat e 28 na Twitch.

Os sectores de atividade que foram objeto da análise foram moda, estilo de vida, beleza, alimentação, viagens e fitness/desporto. Além disso, 119 influenciadores foram considerados promotores de atividades nocivas ou perigosas, como “junk food”, bebidas alcoólicas, tratamentos médicos ou estéticos, jogos de sorte e azar ou serviços financeiros, como criptomoedas.

 

Longo caminho a percorrer

De acordo com a  Comissão Europeia, o objetivo da análise foi verificar se os influenciadores divulgam as suas atividades publicitárias, como exigido pela legislação da União Europeia em matéria de proteção dos consumidores. Os resultados mostram alguma adaptação e progresso na adaptação à regulamentação, mas também um longo caminho a percorrer.

De facto, 97% dos influenciadores analisados publicou posts com conteúdo comercial, mas apenas 20% os sinalizou consistentemente como publicidade. Além disso, 78% dos perfis estava envolvido numa atividade comercial, mas apenas 36% estava registado para o fazer.

Ainda de acordo com a análise, 30% não ofereceu nenhum detalhe da empresa anunciada nos seus posts, como endereço de e-mail, nome da empresa ou morada, e 38% não utilizou as tags da plataforma que servem para divulgar conteúdo comercial, como a opção de “colaboração paga” do Instagram. Não obstante, fizeram uso de outras opções na redação do post, como “colaboração” (16%), “acordo” (15%) ou “agradecimento à marca” (11%). 40% dos influenciadores analisados tornou o aviso comercial visível durante toda a comunicação e 34% imediatamente visível sem a necessidade de etapas adicionais, como clicar em “ler mais” ou “deslizar para baixo”.

A pesquisa apurou também que 40% dos influenciadores promoveu os seus próprios produtos, serviços ou marcas e 60% deles não identificou isso mesmo como publicidade, de forma consistente ou de forma alguma. Note-se que 44% dos influenciadores tem seus próprios sites, a partir de onde a maioria pode vender diretamente.

 

Investigação

Em resultado desta análise, segundo a Comissão Europeia, foram designados 358 influenciadores para uma investigação aprofundada. s autoridades nacionais competentes irão agora contactá-los para lhes solicitar que sigam as regras em vigor. Bruxelas salienta igualmente que, se necessário, serão tomadas medidas coercivas adicionais, em conformidade com os procedimentos nacionais.

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