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Anuga 2025 destaca as grandes tendências do futuro alimentar: personalização, sustentabilidade e proteínas alternativas

Foto Shutterstock

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A Anuga 2025, uma das maiores feiras internacionais da indústria alimentar e de bebidas, vai ser palco das principais tendências que estão a moldar o futuro do sector, com destaque para a alimentação personalizada, as soluções sustentáveis, as proteínas alternativas e a crescente influência das marcas próprias.

Em parceria com a Innova Market Insights, a organização do certame revela uma visão clara sobre a transformação dos hábitos de consumo, o papel da inovação e o potencial de crescimento dos novos segmentos.

 

Alimentação personalizada

A procura por alimentos adaptados às preferências individuais está a crescer em todo o mundo. A alimentação personalizada assenta em escolhas nutricionais ajustadas a necessidades específicas, onde os alimentos funcionais ganham terreno. Segundo o Innova Trends Survey 2025, mais de um terço dos consumidores recorre a alimentos enriquecidos para uma ingestão dirigida de nutrientes.

O mercado dos produtos para controlo de peso destaca-se com um crescimento anual de 8% entre 2022 e 2024, liderado pelos Estados Unidos, Índia e Reino Unido, com a Alemanha a registar o maior crescimento na Europa.

 

Sustentabilidade e matérias-primas alternativas

A consciência ambiental está cada vez mais presente nas decisões de compra. Os alimentos à base de proteínas vegetais, como as favas, registaram um crescimento anual de 11% entre 2022 e 2024. A Suíça é o país europeu com maior crescimento (+108%).

A procura por substitutos de matérias-primas com elevada pegada ambiental, como o cacau, o café ou o sumo de laranja, também está a aumentar. Entre as alternativas mais inovadoras destacam-se a alfarroba em vez de cacau, café de tremoço (lupin coffee) como substituto do café convencional e sumos fermentados como alternativa ao sumo de laranja.

Mais de 50% dos consumidores a nível global afirmou que evitaria produtos que não fossem produzidos de forma sustentável.

 

Proteínas alternativas e híbridas

Entre 2020 e 2024, as proteínas de origem vegetal cresceram 5%, enquanto as proteínas cultivadas e microbianas subiram 15%. Estas alternativas estão a ganhar expressão em categorias como os substitutos de carne (43% das novas introduções), pratos preparados (13%) e sobremesas e gelados (11%).

Dois em cada cinco consumidores demonstram interesse em produtos de carne híbrida, que combinam proteínas convencionais e alternativas. A Anuga apresenta este tema na nova área Anuga Alternatives, que inclui proteínas de origem vegetal, algas, cogumelos, insetos e carne cultivada em laboratório.

 

Snackificação, marcas próprias e clean label: o novo consumo quotidiano

O snacking continua a ser um comportamento dominante, com metade dos consumidores a consumir pelo menos um snack por dia. Pequenas porções, novos sabores e praticidade são os principais impulsionadores.

As marcas próprias também continuam em forte crescimento, especialmente na Europa (62% das novas introduções). Destaque para os segmentos de produtos de padaria (13%), carne, peixe e ovos (12%) e pratos prontos (12%).

No campo da transparência, os consumidores exigem rótulos mais limpos. Os produtos clean label, sem aditivos artificiais, dominam categorias como os molhos e especiarias (13%), a padaria (10%) e os snacks (9%).

 

Premium, saúde digestiva e halal: exigência com propósito

Os produtos premium e gourmet aliam qualidade, exclusividade e responsabilidade ética, com forte presença em bebidas quentes (11%), molhos e especiarias (10%) e snacks (9%).

O bem-estar digestivo é outro foco emergente: mais de metade dos consumidores procura alimentos ricos em fibra, com crescimento de 3% entre 2022 e 2024. O interesse é especialmente visível nos suplementos alimentares (47%) e nos produtos para bebés e crianças pequenas (26%).

O mercado halal está também em crescimento, com um aumento anual de 8% nos últimos cinco anos, e é particularmente dinâmico nas categorias de padaria (15%), molhos (13%) e snacks (11%).

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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