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Abastecimento alimentar do país em causa devido a greve no Porto de Lisboa

A greve dos estivadores no Porto de Lisboa, em curso e que vai decorrer durante o mês de maio, pode pôr em causa o abastecimento alimentar do país, se não forem tomadas medidas urgentes num curto período de tempo.

O alerta é dado pela FIPA que apela ao Governo para que aja no sentido de devolver o normal funcionamento da atividade portuária, “cuja paralisação representa um duro golpe para a atividade da indústria portuguesa agroalimentar, tanto animal como humana”.

Após oito dias de greve, já não existe bagaço de soja no mercado, destinado ao fabrico de alimentos compostos para animais. Ou seja, diz a FIPA, “se nada for feito relativamente à greve – imposição de serviços mínimos ou a requisição civil – muitas fábricas vão deixar de laborar e o fabrico de rações estará comprometido, o que poderá colocar a vida de milhões de animais em explorações pecuárias em risco”.

A situação é particularmente dramática para a indústria de alimentos compostos para animais, mas pode rapidamente afetar a alimentação humana. A cevada e o trigo panificável poderão esgotar-se nos próximos dias, pelo que muitas unidades terão de parar a sua laboração. A indústria de panificação será por isso também fortemente afetada. Da mesma forma, o fornecimento de produtos de origem animal (carne, leite e ovos), produzidos em Portugal, pode vir a ressentir-se.

De acordo com informações recolhidas pela FIPA, os principais operadores do mercado internacional não estão a fornecer cotações de matérias-primas para o mercado português, devido à instabilidade da situação. “As que são disponibilizadas apontam para acréscimos de preços que nada têm a ver com os preços do mercado mundial e, em muitos casos, está a equacionar-se mesmo a possibilidade de não abastecerem o nosso mercado”.

O Porto de Lisboa representa 70% da circulação de matérias-primas para a indústria alimentar. A FIPA está preocupada com o abastecimento alimentar da população portuguesa, assim como com o impacto que esta greve terá nas empresas nacionais, que em muitos casos não têm capacidade financeira nem de financiamento para suportar este estrangulamento. “O bom funcionamento das operações portuárias é um fator de competitividade das empresas e dos sectores, quer do ponto de vista da importação, quer da exportação. Para atingir o tão desejado nível de autossuficiência alimentar que todos ambicionamos, é urgente colocar um ponto final a esta greve e normalizar o abastecimento do mercado nacional, assegurando a estabilidade do funcionamento das empresas”, diz a FIPA em comunicado.

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