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As marcas da distribuição conseguiram inovar e apresentar características de diferenciação

A plataforma “À Roda da Alimentação” surge do compromisso do Continente em promover a alimentação saudável em Portugal. Trata-se de uma plataforma de comunicação integrada, com capacidade de abarcar e potenciar todas as iniciativas do Continente no âmbito da alimentação saudável. E onde a marca própria desempenha um papel fundamental. Ana Alves, diretora de marcas próprias do Continente, revela à Grande Consumo que só este ano foram lançados 300 novos produtos de marca própria, numa aposta clara no reforço das opções mais saudáveis e nutricionalmente mais equilibradas. Reflexo de uma tendência mais lata, que veio confirmar o bom momento vivido pelas marcas de distribuição, que souberam inovar e diferenciar-se.

Grande Consumo – O que é o projeto “À Roda da Alimentação”?
Ana Alves –
O “À Roda da Alimentação” é um ambicioso projeto de comunicação integrada que surge da necessidade de promover a alteração de hábitos alimentares menos adequados, que representam um fator de risco determinante no aparecimento de doenças crónicas e perda de anos de vida dos portugueses.
Este projeto pretende abranger e potenciar todas as iniciativas do Continente sobre o tema da alimentação saudável, que surge do compromisso da marca em sensibilizar e mobilizar a sociedade portuguesa para a adoção de hábitos alimentares e estilos de vida mais saudáveis.

GC – De que forma é que vão colocar em discussão a alimentação em Portugal e aumentar a literacia alimentar?
AA –
Com este projeto, pretendemos ajudar os portugueses a dominar o assunto da alimentação saudável, sem rodeios ou complicações. Para cumprir esta missão, o “À Roda da Alimentação” vai atuar em três eixos: sensibilização para hábitos alimentares saudáveis, promoção da literacia alimentar e acesso a alimentos saudáveis.
Neste sentido, vamos dinamizar campanhas de promoção para a adoção e manutenção de estilos de vida saudáveis, capacitando os consumidores para a interpretação da informação nutricional. Vamos dar dicas, ensinar, procurar soluções simples e oferecer aos consumidores todas as ferramentas para que possam ter uma vida mais saudável.
Em simultâneo, iremos aumentar a oferta de produtos saudáveis e desenvolveremos as iniciativas de I&D na área da alimentação saudável envolvendo parceiros de negócio.


GC – Qual é a importância da marca própria num projeto como este?
AA –
O conceito que está na base deste projeto atribui grande destaque à temática “healthy living” e, naturalmente, dará mais visibilidade à aposta feita pelo Continente no desenvolvimento das marcas próprias e, em particular, dos produtos frescos e das marcas Continente Equilíbrio e Continente Bio.
Neste sentido, propomo-nos a assegurar o reforço na oferta de produtos saudáveis, nomeadamente frescos, incluindo biológicos, de forma mais simples e democrática, disponibilizando toda a informação no que diz respeito à quantidade e variedade de produtos, no sentido de facilitar a sua integração no dia-a-dia das pessoas.


GC – Como tem evoluído a marca própria do Continente ?
AA –
Durante o período de crise, verificou-se um crescimento das marcas próprias pela sua capacidade em apresentar aos clientes uma oferta de qualidade a um preço muito competitivo.
Entretanto, e apesar da transição para um contexto económico mais favorável, as marcas próprias conseguiram manter uma taxa de penetração elevada, conquistando a confiança e preferência dos portugueses. Tal só foi possível porque as marcas da distribuição conseguiram inovar e apresentar características de diferenciação.
O Continente tem hoje cerca de quatro mil referências de marca própria, divididas entre as submarcas Continente, Continente Seleção, Continente Equilíbrio, Continente Bio e Continente Fácil & Bom.
Quanto ao seu peso nas vendas da marca, e considerando apenas o último ano, verificamos que 96% dos clientes do Continente compraram pelo menos um produto de marca própria. Além disso, quatro em cada 10 produtos vendidos foram de marcas do Continente. Em termos globais, a marca própria representa 30% das vendas nas lojas Continente.


GC – Como é que os consumidores portugueses têm reagido às mudanças na marca própria do Continente, como, por exemplo, a introdução do Semáforo Nutricional?
AA –
Os consumidores estão cada vez mais atentos e exigentes e, enquanto marca de confiança dos portugueses, assumimos a responsabilidade de corresponder às suas expectativas e preocupações crescentes relativamente ao tema da alimentação.
Neste sentido, o Semáforo Nutricional, um sistema pioneiro introduzido em 2008 nos produtos da marca Continente, disponibiliza informação de forma simplificada sobre as características nutricionais dos produtos alimentares da marca, contribuindo assim para a promoção de uma alimentação mais saudável.
Os consumidores têm reagido muito bem a este sistema, considerando-o muito útil e representando, para muitos deles, um critério decisivo no momento de decisão de compra.

GC – Porquê esta aposta da insígnia na promoção de uma alimentação cada vez mais saudável?
AA –
Esta aposta do Continente reflete a preocupação da marca relativamente aos hábitos alimentares dos portugueses, que, estando preocupados com este tema, procuram também informação credível.
Os produtos Continente privilegiam a transparência e, por esse motivo, estamos focamos em disponibilizar alternativas com valores nutricionais equilibrados, isto é, com menos gordura, açúcar ou sal, ou alternativas mais ricas – em fibra e cereais integrais -, que através da gama Continente Equilíbrio se diferenciam das propostas alimentares regulares.
A recente criação da marca Continente Bio procura também reforçar esta resposta a uma tendência crescente de consumo de alimentos saudáveis.

GC – Das quatro mil referências de marca própria do Continente, quantas são produzidas em Portugal?
AA –
Em 2017, mais de 60% das unidades vendidas de marca própria foram produzidas em fábricas portuguesas. Este ano, não existem grandes alterações a este respeito, uma vez que no ano passado a produção em fábricas portuguesas já rondava este valor, que representa um contributo decisivo para o desenvolvimento e sustentabilidade do tecido empresarial nacional.
Procuramos apoiar a produção nacional e trabalhar com fornecedores nacionais sempre que oportuno. Não apenas para marca própria, mas para a generalidade da oferta das nossas lojas.
No que diz respeito ao apoio à produção nacional, é impossível não mencionar o Clube de Produtores Continente que representou, em 2017, um total de compras de cerca de 150 mil toneladas de produtos nacionais, no valor de 260 milhões de euros. Neste momento, o clube já é constituído por 200 membros, entre organizações de produtores e produtores individuais. Especificamente sobre a marca própria, para a oferta de padaria, por exemplo, o Clube de Produtores Continente firmou, em abril deste ano, um contrato de fornecimento inédito com seis operadores da fileira dos cereais, que compreendeu a compra de três mil toneladas de trigo português, que nos permite assegurar que todo o pão de trigo produzido nas lojas é de origem 100% nacional.


GC – Quantos produtos de marca própria já foram lançados este ano? Têm expectativa de lançar mais produtos em resposta a esta tendência de alimentação saudável?
AA –
Este ano, o Continente já lançou cerca de 300 novos produtos de marca própria, o que perfaz uma média de cinco a seis novos produtos lançados todas as semanas. A nossa aposta no desenvolvimento de produtos com valores nutricionais mais equilibrados é sustentada na mudança dos hábitos alimentares dos consumidores e a tendência é que esta oferta possa crescer nos próximos anos. Em 2018, por exemplo, lançámos os Skyr líquidos Continente Equilíbrio, produtos inovadores dos quais o Continente muito se orgulha por ter sido pioneiro no seu lançamento em Portugal.

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