compra
Foto Shutterstock
in

58% dos gestores reconhece práticas de greenwashing nas suas organizações

58% dos gestores globais concorda que há hipocrisia ecológica ou “greenwashing” e que a sua organização tem exagerado os seus esforços de sustentabilidade. Embora o impacto ambiental das empresas se tenha tornado uma prioridade, a falta de sistemas de medição robustos ou investimento em tecnologias, bem como a necessidade de mais formação ou incentivos dificultam a realização de uma verdadeira transformação e progresso.

Assim conclui uma pesquisa recentemente conduzida pela Harris Poll para a Google Cloud junto de 1.491 gestores em 16 países, entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022. A análise reúne os pontos de vista sobre priorização, desafios e oportunidades das organizações em torno da sustentabilidade, num contexto marcado pela crescente consciencialização e pela luta contra as alterações climáticas.

 

Investimento

Com base nos resultados da pesquisa, as iniciativas de ESG (ambiente, social, governança) são a principal prioridade organizacional, juntamente com a evolução e adaptação dos modelos de negócio. Prova disso é a dedicação de cerca de 10% dos orçamentos aos esforços de sustentabilidade ou o facto de 72% dos gestores participar em cinco reuniões trimestrais focadas nesta matéria.

Além disso, 63% está disposto a crescer os seus negócios de uma forma sustentável para o planeta, mesmo que isso signifique menores receitas num futuro próximo. Da mesma forma, quase metade está disposta a associar a sua compensação a objetivos sustentáveis, com os Millennials (58%) a serem mais favoráveis a esta opção.

Globalmente, os inquiridos parecem satisfeitos com as iniciativas implementadas nas suas organizações para uma atividade mais sustentável. Neste sentido, 80% dos gestores dá à sua organização uma classificação acima da média pelo seu esforço ambiental e 86% salienta que as suas ações estão a fazer a diferença no avanço da sustentabilidade.

 

Medição dos esforços

No entanto, o inquérito reflete uma lacuna entre a forma como as empresas acreditam estar a fazer e como podem medi-lo com precisão. Apenas 36% dos inquiridos diz que as suas organizações têm ferramentas de medição para quantificar os seus esforços e apenas 17% usa medidas para otimizar as suas estratégias. No entanto, 65% diz querer avançar nas suas ações de respeito ambiental, mas não sabe como fazê-lo.

Sem uma medição precisa é difícil relatar um progresso genuíno. Consequentemente, 58% dos participantes no inquérito concorda que a hipocrisia ecológica ou a lavagem ecológica existem e que a sua organização tem exagerado os seus esforços na sustentabilidade. Especificamente, os gestores nas áreas financeira e logística ou cadeia de abastecimento são os mais propensos a concordar com esta declaração, com 66% e 65%, respetivamente. Além disso, cerca de dois terços dos inquiridos questionam o quão genuínas são algumas das iniciativas sustentáveis da sua organização.

 

Transparência

Para alterar esta situação, os gestores consideram necessária uma maior transparência. Nesse sentido, 87% concorda que se os líderes empresariais fossem mais honestos sobre as questões que enfrentam para tornar as suas organizações mais sustentáveis, poderiam fazer progressos significativos. Além disso, 82% dos inquiridos pela Harris Poll gostaria de ter mais espaço para priorizar a sustentabilidade.

Mas, para conseguir uma transformação tangível, as empresas ainda enfrentam várias barreiras, entre as quais a falta de investimento em tecnologias adequadas e de conhecimento, o foco nos lucros, a falta de orçamento e incentivos regulamentares. Se estas limitações forem ultrapassadas, três em cada quatro gestores acreditam que a sustentabilidade poderá impulsionar transformações poderosas no negócio.

Nesta medida, a tecnologia e a sustentabilidade são as duas principais áreas em que os executivos planeiam aumentar o investimento em 2022. Os inquiridos consideram a tecnologia a área que terá maior impacto na resposta aos desafios ambientais e 78% considera-a fundamental para os seus esforços futuros de sustentabilidade.

Há ainda espaço de manobra para as iniciativas sustentáveis das organizações. Assim, Mais de metade dos executivos assegura que está em fase de planeamento e implementação precoce das transformações de sustentabilidade.

 

compras

Preços de alguns alimentos com subidas de dois dígitos numa semana

World Bank

Banco Mundial reduz previsão de crescimento global para 3,2% em 2022