Natal presentes estudo
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49% dos portugueses não planeia as compras de presentes de Natal

No Natal, quase metade dos portugueses (49%) não planeia a compra de presentes com antecedência e a maioria (63%) acaba por oferecer prendas parecidas ou iguais de ano para ano. As conclusões são de um estudo promovido pela Sonae Sierra, que gere centros comerciais como o NorteShopping, Centro Colombo, Centro Vasco da Gama e ArrábidaShopping, que procurou compreender os hábitos e comportamentos dos consumidores no momento da compra de presentes, nesta época.

Quando questionados sobre o tempo que demoram a fazer a lista de presentes de Natal, 60% dos inquiridos no “Os portugueses e os presentes de Natal” referem dedicar menos de um dia a esta tarefa. Destes, 39% fazem-na em dezembro e 24% quando veem as primeiras decorações.

No que respeita ao tipo de prendas, a análise mostra que há uma diferença substancial entre o que os portugueses preveem oferecer a meninas comparativamente aos meninos, e a mulheres versus homens. Enquanto livros, maquilhagem, bonecas e artigos de princesas são maioritariamente oferecidos a meninas, dá-se mais brinquedos de construção, artigos de desporto ou com super-heróis aos meninos. Ao olhar para os adultos, há uma maior tendência para oferecer roupa e acessórios (76%) e chocolates (74%) a mulheres, e garrafas de bebidas alcoólicas (76%) a homens, embora também haja tendência para roupa (63%).

Apesar de os consumidores pensarem que escolhem presentes diferentes todos os anos, quando refletem sobre o tema, apercebem-se que compram produtos iguais ou parecidos para as mesmas pessoas.

Perante estes dados, a psicóloga Joana Gentil Martins refere que a falta de reflexão sobre o ato de oferecer pode levar a que as escolhas sejam mais facilmente influenciadas por ideias pré-concebidas ou por hábitos, por exemplo, e defende a importância de consciencializar e apelar à racionalização do ato de compra, pensando mais na pessoa que vai receber o presente.

Há uma máxima que diz ‘faz aos outros aquilo que gostavas que fizessem a ti’, mas deveria ser ‘faz aos outros aquilo que eles gostariam que lhes fizesses’. Precisamos de perguntar mais, ouvir atentamente mais e não ‘assumir’ o que os outros possam querer ou gostar”, afirma a especialista.

Os presentes são, na verdade, uma das cinco linguagens do amor, de acordo com uma teoria desenvolvida pelo conselheiro matrimonial Dr. Gary Chapman, que propõe que as pessoas expressam e recebem o amor de maneira diferentes. Partindo deste pressuposto, Joana Gentil Martins sublinha a importância de escolher presentes com base no que as pessoas gostam, já que é também uma forma de se sentirem amadas.

 

Os estereótipos refletidos nos presentes de Natal

O estudo realizado em outubro identificou 17 targets para a oferta de presentes, que incluem vários graus de parentesco (mãe, pai, avó, avô, irmão e irmã), relação (marido/companheiro, mulher/companheira, amigos, amigas e chefes) e faixas etárias (meninos e meninas até 5 anos, dos 6 aos 10, e dos 11 aos 14 anos). Os resultados permitem concluir que roupa é o presente que mais se pretende oferecer, neste Natal, considerando que foi identificado em 10 dos 17 targets avaliados.

À exceção do marido/companheiro e da mulher/companheira, em que há uma maior procura por inovar (54% e 56%, respetivamente), mais de metade dos presentes oferecidos serão iguais ou parecidos aos de anos anteriores.

A mãe e o pai são as pessoas a quem os participantes mais tencionam dar uma prenda de Natal – 78% e 67%, respetivamente –, apesar de em ambos se destacar a roupa e perfumes, há um terceiro elemento que tem um peso substancial em cada: os cremes de autocuidado para a mãe e vinho para o pai. Já no caso do marido/companheiro e da mulher/companheira, o top 3 de presentes é exatamente o mesmo, nomeadamente, roupa, perfume e viagem/estadia. Quando se observam os dados referentes às avós e aos avôs, além da roupa, artigos como pantufas, mantas, pijama e chocolates estão entre os produtos mais pensados.

Nos meninos até aos 10 anos, os presentes mais prováveis são brinquedos de construção, roupa e artigos com super-heróis, enquanto na faixa etária entre 11 e os 14 anos, a par da roupa (35%), o top 3 inclui consolas (33%) e artigos de desporto (25%).

Quanto às meninas até aos 5 anos, as bonecas e a roupa são os principais presentes. Entre os 6 e os 14 anos, mantém-se apenas a roupa (42%) e passam a estar incluídos maquilhagem/vernizes (25%) e perfume (23%).

No que respeita aos amigos há também uma diferença significativa, destacando-se o vinho (42%), outras garrafas de bebidas alcoólicas (19%) e acessórios (14%), enquanto para as amigas os chocolates (25%), os acessórios (19%) e os livros (19%) surgem nos primeiros lugares.

 

Um estudo com propósito

O estudo permite concluir que os portugueses despendem pouco tempo a pensar na lista de compras de Natal e tendem a comprar presentes parecidos ou iguais todos os anos para o seu círculo próximo de família e amigos, baseando as suas escolhas em categorias previstas socialmente para determinados géneros ou idades.

Com base nos resultados, os centros comerciais geridos pela Sonae Sierra decidiram abordar estes dados na campanha de Natal de 2023, no sentido de confrontar os consumidores com os hábitos que, por vezes, nem os próprios se apercebem que têm, promovendo uma maior reflexão no momento de compra e contribuindo para uma mudança de mentalidades. “Desembrulha-te de preconceitos e muda o presente” é, assim, o mote da campanha de Natal.

Quando olhamos para os resultados do estudo, percebemos que quase metade dos portugueses faz compras pouco planeadas, o que potencia a que recorram a ideias pré-estabelecidas, como a idade, o género, ou o estatuto social. Se partirmos do princípio de que metade da população adulta em Portugal – cerca de 4 milhões – oferece, em média, quatro presentes, falamos num total de 16 milhões de presentes, dos quais 8 milhões vão ser pouco valorizados”, contextualiza Joana Moura e Castro, diretora de Marketing Ibéria da Sonae Sierra.

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