Portugal é tradicionalmente um país com índices de poupança baixos. Contudo, de acordo com os resultados do Observatório de Tendências, desenvolvido pelo Grupo Ageas Portugal e a Eurogroup Consulting Portugal, e que teve como propósito identificar as tendências emergentes do contexto de pandemia de Covid-19, 39% dos inquiridos afirmam ter aumentado as suas necessidades de poupança, com especial incidência nos agregados familiares com quatro ou mais pessoas.
Estes resultados vão ao encontro dos dados divulgados pelo INE, que revelam que a taxa de poupança dos portugueses foi, no segundo semestre, a mais alta em sete anos (10,6%), aumento que se explica pela forte redução do consumo e pela adesão às moratórias.
Para além disso, o estudo demonstra um evidente aumento das necessidades de proteção pessoal de saúde para quase metade dos inquiridos (45%), especialmente para mulheres, para os mais jovens e para os inquiridos com níveis de rendimento mais baixos. Este aumento da necessidade é transversal às famílias, independentemente do tamanho do agregado.
Gestão dos rendimentos
Apesar da relativa confiança nos rendimentos a 18 meses, em que 59% acredita que o seu nível de rendimentos não será alterado ao longo desse período, os inquiridos demonstram um desconforto generalizado em relação à ideia de contrair um empréstimo ou hipoteca nos próximos meses, com 62% a responder que não estaria confortáveis em fazê-lo. Cerca de um quarto dos inquiridos revela preferir poupar dinheiro em vez de gastar neste momento.
Este desconforto aumenta com a idade, apesar de serem os mais jovens que declaram preferir poupar.