in

2021 foi o 3.º ano com maiores perdas económicas relacionadas com eventos climáticos

Em Portugal e Espanha, o mau tempo nos meses de maio e junho originou custos de mais de 131 milhões de euros

Foto Shuttertosck

O último ano registou um total de 343 mil milhões de dólares, o equivalente a mais de 300 mil milhões de euros, em perdas económicas, sendo que perto de 288 mil milhões de euros foram resultantes de eventos climáticos.

Com estes números, 2021 tornou-se no terceiro ano com mais custos associados a eventos climáticos – sendo esta análise efetuada após o ajuste da inflação –, ainda que o número de desastres tenha diminuído para 401 (face aos 416 registados em 2020), o que demonstra o crescente custo e gravidade destes eventos.

Os números constam da mais recente edição do “2021 Weather, Climate and Catastrophe Insight”, um relatório global que apresenta os principais números do impacto dos desastres naturais, a nível económico, em 2021, da responsabilidade da Aon, empresa de serviços profissionais nas áreas de risco, reforma e saúde.

 

Visão do risco climático

Outra das principais conclusões é que, do total de eventos climáticos ocorridos no ano passado, somente 38% foi coberto por seguros. Para Anabela Araújo, Chief Broking Officer e Claims Director da Aon Portugal, os resultados agora apresentados não são animadores. “Apesar do crescente compromisso de empresas, Estados e do próprio sector segurador em trabalhar no sentido de responder à crise climática que atravessamos, e que fortemente impacta todos os países a nível económico, este novo relatório vem demonstrar que ainda nos encontramos no início da jornada. É, por isso, necessária maior ousadia na visão do risco climático e desenharmos novas soluções de proteção que consigam atenuar o impacto financeiro espoletado pelas catástrofes climáticas e, consequentemente, assegurar a sustentabilidade dos negócios e países”.

Já na perspetiva de Eric Andersen, presidente da Aon, “existe claramente uma lacuna de proteção e inovação quando se trata de risco climático”. Para o executivo, “à medida que os eventos catastróficos aumentam em gravidade, a maneira como avaliamos e nos preparamos para esses riscos não pode depender apenas dos dados que temos do passado. Precisamos de olhar para a tecnologia, como a inteligência artificial e modelos preditivos, que estão constantemente a aprender e a evoluir, para mapear a volatilidade de um clima em mudança. Com soluções escaláveis, podemos apoiar as organizações a tomar melhores decisões que as tornam mais resilientes, à medida que continuam a enfrentar com mais frequência riscos interligados e cada vez mais voláteis”.

 

Eventos climáticos

2021 fica também marcado por ser o quarto ano em que mais eventos climáticos superaram a barreira dos mil milhões de dólares em perdas, neste caso, 50. Entre estes, o furação Ida, que assolou os Estados Unidos e as Caraíbas, foi o desastre que mais perdas económicas gerou, no último ano, num total de mais de 65 mil milhões de euros. Atrás deste surgem também as cheias de julho na Europa Ocidental e Central, que, segundo o relatório da Aon, se tornaram o desastre mais caro de que há registo neste continente, tendo o mesmo alcançado perdas de perto de 39 mil milhões de euros. Também as cheias sazonais na China surgem na lista, com perdas de cerca de 26 mil milhões de euros.

 

Portugal

Relativamente a Portugal, o país surge na lista dos eventos climáticos registados no último ano, juntamente com Espanha, e ambos registaram perdas na ordem de mais de 131 milhões de euros, devido ao período de mau tempo que ocorreu entre 29 de maio e 14 de junho.

Sobre a resposta a este cenário, Carlos Freire, CEO da Aon Portugal, destaca que “perante uma realidade onde o risco climático, em particular, e os ‘long tail risks’, em geral, são cada vez mais prementes, a solução terá de passar por modelos de negócio que mobilizem transformações estruturais para assegurar a resiliência das empresas e organizações em relação ao contexto de volatilidade, cada vez mais constante, criando uma abordagem mais direcionada para os princípios ESG (Environmental, Social, Governance)”.

Inpost Group e Vinted lançam parceria europeia para entrega de encomendas

Nespresso

Nespresso em Portugal reduz emissões de carbono da operação logística em 20% e conquista estrela Lean & Green