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1 em cada 10 empresas do Reino Unido com probabilidade de falir devido aos atrasos na fronteira

Uma em cada 10 empresas britânicas acredita que provavelmente irá à falência se os bens se atrasarem apenas 10 a 30 minutos na alfândega, como resultado do Brexit, indica uma nova pesquisa.

O Chartered Institute of Procurement & Supply (CIPS), o órgão de comércio do Reino Unido, realizou um inquérito junto de 1.310 diretores da cadeia de abastecimento do Reino Unido e da União Europeia, os profissionais responsáveis pela gestão alfandegária e negociação com fornecedores em todo o mundo.

 

Preocupações crescentes

À medida que a data de retirada do Reino Unido da União Europeia se aproxima, crescem as preocupações com a possibilidade de filas mais longas nas fronteiras, devido a um potencial aumento na burocracia no processo de desalfandegamento. De acordo com os entrevistados, quanto maior o atraso, maior a probabilidade de falência dos seus negócios, com a proporção de empresas que faliriam a aumentar para 14% se os atrasos atingissem uma a três horas e para 15% no caso de 12 a 24 horas.

A economia do Reino Unido poderá cair de um penhasco, no dia do Brexit, se os bens forem atrasados por apenas alguns minutos na fronteira. As empresas acostumaram-se a operar eficientemente, com cadeias de abastecimento excecionalmente ágeis e sem atrito, onde o rápido desembaraço aduaneiro é um dado adquirido”, afirma John Glen, economista do CIPS.

Os atrasos na alfândega não afetariam apenas as empresas, também levariam a uma escassez de produtos nas prateleiras dos supermercados e a um aumento nos preços para os consumidores”.

 

Planear o futuro

Mais de um quarto (28%) das empresas do Reino Unido disseram que vão armazenar bens, com 4% terem já dado início a esse processo e  23% a planear fazê-lo no futuro. Recorde-se que, recentemente, a Mondelez International confirmou estar a armazenar ingredientes, chocolate e bolachas para se preparar para a eventualidade de um Brexit sem acordo. A empresa tem um plano de contingência em vigor, já que o Reino Unido não é auto-suficiente em termos de bens alimentares. 

Outras medidas tomadas pelas empresas para aliviar o impacto potencial dos atrasos nas alfândegas incluem a criação de maior flexibilidade nos contratos (21%) e a procura de fornecedores alternativos fora da União Europeia (21%). Metade das empresas britânicas disse que seria difícil encontrar fornecedores e as capacidades necessárias no Reino Unido se fossem forçadas a mudar parte da sua cadeia de fornecimento no pós-Brexit.

 

Futuros acordos

No entanto, quase dois quintos (38%) afirmaram que não podem se preparar, já que futuros acordos comerciais ainda são pouco claros. “O prazo final do Brexit está a aproximar-se e, embora a maioria das empresas esteja a tentar preparar-se, estão limitadas sobre o que podem fazer até que um acordo definitivo sobre o Brexit seja feito. A armazenagem de mercadorias é uma opção para algumas empresas, mas muitas não dispõem dos recursos disponíveis para armazenar stocks excedentes e aquelas que trabalham com produtos perecíveis simplesmente não o poderão fazer. As empresas também estão a lutar para mudar as suas cadeias de fornecimento para o Reino Unido, devido à falta de alternativas adequadas“, acrescenta John Glen.

Para evitar um colapso económico, o governo deve garantir que os produtos continuem a fluir sem problemas através da fronteira no pós-Brexit. Os negociadores também precisam de chegar a um acordo rapidamente para garantir que dão às empresas tempo suficiente para se prepararem, com a maioria dos diretores de cadeia de abastecimento britânicos a afirmar que precisam de, pelo menos, um ano para se prepararem para o Brexit“.

 

Impacto

O impacto do Brexit na indústria de logística europeia muito dependerá do acordo final. Contudo, é certo que a saída do Reino Unido da União Europeia irá afetar as importações e exportações diretas com estes países, entre os mercados mais importantes da Europa, obrigando ao ajuste das redes integradas das empresas internacionais de logística. Saiba o que pensam alguns dos operadores em atividade em Portugal no artigo “Uma nova Fronteira na Logística Europeia”.

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