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Yämmi: o robot de cozinha Made In Portugal

A visão é simples: democratizar o acesso a este tipo de produtos, ao garantir uma produção integrada, num produto de alta qualidade e durabilidade, comercializado com um baixo preço unitário. Foi este o desafio colocado pela Sonae MC a um parceiro nacional, a PR Metal, na Maia, e que tem dados bons frutos. É que, além das vendas assinaláveis dentro de portas, abrem-se agora novos horizontes para a exportação deste equipamento que, em breve, deverá conhecer alguns novos atributos. Mas enquanto a Yämmi 3 não chega ao mercado, a Yämmi 2 vai-se assumindo como um importante auxiliar de cozinha em muitos lares dos portugueses. E não só, com os mercados de exportação a abrirem-se para este robot de cozinha feito em Portugal.

Os seus promotores afiançam que é a única marca do mercado com um copo de 2,5 litros e uma panela de 3,7 litros, atributos que se apresentam como diferenciadores entre os muitos que a Yämmi 2 apresenta face ao projeto inicial e que esteve na base do nascimento do robot de cozinha que faz parte do ecossistema relacionado com a alimentação da insígnia alimentar da Sonae MC: o Continente.

Com balança incorporada, lâmina reversível, uma maior volumetria, um copo e uma panela intermutáveis (patenteado), sistema de bloqueio do copo e panela ao corpo da máquina, sistema de bloqueio da tampa, sistema de pesagem de quatro pontos e um copo de mediação, entre outros requisitos, a Yämmi 2 pauta-se por ser um produto totalmente desenvolvido e assemblado em Portugal, partilhando com a Yämmi os mesmos acessórios, entre os quais se incluem, por exemplo, a panela lançada em dezembro último. Mas não só. “A bandeja de vapor tanto encaixa no copo como na panela, sendo compatível com a Yämmi ou com a Yämmi 2. Quisemos democratizar o acesso ao produto sem, com isso, deixar de trabalhar num novo produto assim que nos foi permitido”, explica Duarte Rocha, diretor de Qualidade e Desenvolvimento de Produto.

Durabilidade
E essa intenção trouxe consigo a produção para Portugal deste equipamento que foi equacionado para uma lógica de utilização de seis vezes por dia, com os ciclos de uso a serem definidos em função desta métrica e que fazem da Yämmi 2 uma verdadeira “maratonista”, ao estar concebida para uma durabilidade de 44 mil ciclos de utilização ou, por outras palavras, cerca de 100 mil refeições.

Números expressivos e apenas possíveis de alcançar graças ao facto do processo ter sido desenvolvido de raiz, com o acompanhamento local, e passo a passo, a ser somente uma das mais-valias que a Sonae MC reconhece nesta parceria com a PR Metal, cujo conhecimento prático ajudou a que a Yämmi 2 apresente condições reais para uma utilização contínua durante cinco anos. Nos testes observados na fábrica da Maia, foi possível verificar que alguns motores incorporados neste modelo chegam a superar os oito anos de utilização contínua, sem, com isso, perder atributos ou diminuir desempenho. “A primeira ‘dor de cabeça’ foi o motor, com a Yämmi 2 a estar dotada de um motor elétrico controlado eletronicamente. Este mesmo motor foi concebido internamente, é um exclusivo da Yämmi 2”, acrescenta Duarte Rocha.

Em causa está um pequeno motor composto por três quilómetros de cobre em cada unidade, dotado de 11 velocidades na máquina, a que acresce o turbo, sem escovas e que apresenta uma eficiência estimada da energia utilizada entre 80% a 90%. A cada 12 minutos um novo motor está pronto, com a linha de acabamento da Yämmi 2 a ser, em breve, robotizada, de modo a poder dar resposta ao plano de internacionalização da marca e que vai levar até outras paragens e insígnias o equipamento desenvolvido na Maia. Recorde-se que a linha de montagem está preparada para a produção de 1.500 máquinas por dia e se apta para os desafios vindouros. A meta é atingir as 200 mil máquinas produzidas em quatro anos.

Know-how nacional

Ao todo, a Yämmi 2 recorre a um conjunto diversificado de 46 fornecedores, cujo conhecimento profundo da sua oferta faz com que se apresentem como verdadeiras mais-valias na conceção deste equipamento. Cadeia de abastecimento que se exprime em bom português e que ajuda, com o seu “know-how”, a contornar as muitas dificuldades que se apresentam no desenvolvimento de um produto desta natureza. Desde os especialistas na produção de cutelaria, por exemplo, que ajudaram a desenvolver, e a determinar, a zona de corte exterior da lâmina, onde “a carne consegue ser triturada sem estar em pré-congelação, devido à qualidade e ao ângulo das lâminas com que o corte é realizado”. Sem esquecer o copo e a panela com assinatura de qualidade da Silampos, onde uma fina soldadura a laser assegura a estanquicidade e durabilidade dos mesmos, entre outros detalhes.

Ao todo, são mais de 500 componentes, dos quais 120 na montagem final do equipamento, com a “toda a estrutura eletrónica e respetiva programação a ser feita em Portugal. O mesmo aplicável ao design dos componentes eletrónicos, inteiramente desenvolvidos em Portugal”, acrescenta Duarte Rocha.

E quantificar o projeto Yämmi 2 é falar de 26 pessoas na linha de montagem, mais 40 envolvidas por parte do parceiro PR Metal, 75% das peças customizáveis e desenhadas para este equipamento, que apresentam um total de 65 moldes desenvolvidos em Portugal, num projeto que usufruiu de um orçamento de quatro milhões para o seu desenvolvimento e divulgação, 30% dos quais alocados à comunicação.

Com 15 mil unidades comercializadas em 2016 no mercado interno, o grande objetivo futuro é vender mais de 50% fora de portas, ao mesmo tempo que se prepara o futuro com o que de melhor a tecnologia tem para oferecer, quer no equipamento físico quer nas plataformas web, e que cuja abrangência permite disponibilizar um equipamento evoluído, para todo tipo de utilizadores.

Este artigo foi publicado na edição 43 da Grande Consumo.

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