Após um último trimestre de 2022 a registar um aumento de compras a nível global, muito impulsionadas pelas épocas festivas, o primeiro trimestre de 2023 arrancou com um decréscimo das vendas online ,em todo o mundo (-2%). Também o valor médio por compra desceu (-7%), passando de 2,85 dólares no quatro trimestre do ano passado, para 2,30 dólares no novo período analisado.
Esta é uma conclusão do mais recente relatório “Shopping Index” da Salesforce, que analisa os comportamentos de compra a nível mundial, com dados de mais de 1,5 mil milhões de consumidores.
Espanha contrariou a tendência global, sendo a segunda em todo o mundo a registar um maior aumento das vendas online, logo atrás da região Médio Oriente e África, crescendo 19% nos primeiros três meses de 2023. O valor de compra média seguiu a mesma linha de decréscimo que os restantes mercados, passando dos 1,14 para 1,07 dólares na comparação com o trimestre anterior.
Consumidores demonstram sinais de maior exigência
Em 2022, a fidelização do consumidor mudou. À medida que os preços subiam, os compradores escolhiam as marcas com base no preço do produto e no valor das promoções, em vez da disponibilidade do produto e da conveniência de atendimento. A nível global, à medida que as condições económicas se deterioravam, os consumidores tornaram-se mais sensíveis ao preço, revelando que o principal motivo pelo qual trocaram de marca nesse ano foi o fator preço.
Além disso, os consumidores pesquisaram muito mais antes de fazer uma compra. Embora o volume de tráfego online tenha crescido, as vendas online e o volume de pedidos online continuaram a descer. A grande diferença assenta no facto de os consumidores estarem a fazer comparações de compras online. No primeiro trimestre, o tráfego online global aumentou 6% em relação ao ano anterior, marcando cinco trimestres consecutivos de crescimento do tráfego, apesar de cinco trimestres consecutivos de queda no volume de pedidos. Quando compram online, os carrinhos de compras são menores: o número de unidades vendidas por transação diminuiu 6% em todo o mundo.
Os dados revelam, assim, que cada visita ao site de uma loja é menos lucrativa, quando se analisa o total de vendas online dividido pelo total de visitas. O desenvolvimento de estratégias de marketing que utilizam segmentação de público, personalização e mensagens inteligentes são as melhores estratégias para contrariar a tendência.
Inteligência artificial é a chave para o sucesso no futuro
A Salesforce e a Google anunciaram recentemente uma parceria para aumentar a visibilidade de produtos locais através do Commerce Cloud, através de uma integração com o Google Merchant Center, com o objetivo de ajudar os comerciantes a mostrarem aos consumidores os produtos das suas lojas locais.
A integração do Google com o Commerce Cloud irá permitir que os comerciantes possam alcançar novos públicos em plataformas gratuitas e pagas da Google, simplificando a forma como partilham o inventário local com o Google Merchant Center. As empresas que utilizem o Commerce Cloud podem transformar facilmente os dados de inventário em listas de produtos locais gratuitas e pagas em locais como a Pesquisa do Google, o guia Compras e o Google Maps, entre outros.
A Salesforce anunciou ainda, recentemente, mais inovações do Commerce Cloud, que ajudam as empresas de qualquer sector a conectarem-se com os seus consumidores, com interações e experiências personalizadas com dados em tempo real, tudo numa só plataforma.
São 81% os consumidores que planeiam avaliar os seus orçamentos ao longo dos próximos 12 meses, priorizando as experiências personalizadas. Os operadores de retalho que não estejam focados no aumento da personalização e eficiência vão ver os seus negócios em risco. As novidades do Commerce Cloud incluem assim o Einstein GPT for Commerce, que combina todo o poder da inteligência artificial da Salesforce com os modelos de inteligência artificial generativa e dados em tempo real da Salesforce Data Cloud, que ingere, harmoniza e unifica todos os dados de clientes de uma empresa, para ajudar essas mesmas empresas a automatizarem e personalizarem recomendações no Commerce Cloud.